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terça-feira, 31 de março de 2009

O Mito da Caverna da Platão


Esse mito é bastante interessante porque nos faz pensar (filosofia, hã) sobre o inacreditável, a incoerência, o ver pra crer e até fé. Claro, tudo em situação diferente da ambientada, mas passível de reflexão da mesma forma. Segue:


Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para a frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.


A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.
Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.



Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna.


Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.
Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol, e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade. Libertado e conhecedor do mundo, o priosioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.



Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo.


fonte: Extraído do livro "Convite à Filosofia" de Marilena Chaui.

O Mundo Sem Nós


O que aconteceria se toda a raça humana fosse varrida da Terra num piscar de olhos? Não através de uma bomba nuclear, um meteoro enorme ou alguma epidemia incontrolável. Simplesmente sumisse de uma hora para outra. Seria legal, certo? Bom, seria. O que seria chato mesmo é não ter a chance de ver como o mundo ficaria de verdade sem nós. Pois eis que um documentário (fictício, obviamente) fez esse interessante exercício de imaginação com ótimo efeitos visuais em CG. O nome do documentário é "The World Without Us" ("O Mundo sem Nós", em português). O responsável por isso é o americano Alan Weisman, responsável pelo livro homônimo e de várias outras publicações interessantes.

O principal ponto do filme é o fato de não haver uma explicação para o sumiço do homo sapiens. Até por não ser esse o objetivo. A intenção é mostrar como nós afetamos o curso natural do planeta com a nossa existência, e todas as consequências que ela traz para Terra e os outros animais e plantas.

Projetando as consequências a curto, médio e longo prazo, é interessante ver o que aconteceria se deixássemos de fazer a manutenção de edifícios, pontes e todas as outras estruturas humanas que estão no planeta. Dessa forma, locais como Manhattan, por exemplo, voltaria a ser um "Central Park estendido", com vários edifícios em ruína, plantas e animais por todos os lados, etc. Interessante é observas que as projeções não são baseadas em 'achismo'. São fatos relevantes, muitas vezes baseados em situações reais como em casas abandonadas a décadas. Muitas delas nós temos a real possibilidade de visualizar, como estradas mal cuidadas. No documentário, é mostrado como as ruas seriam tomadas por raízes nascendo nas fendas. As estruturas de edifícios e casas mais comuns, como os construídos hoje em dia, seriam minadas por fundações alagadas ou animais que corrompesse essas estruturas, seja de madeira ou concreto. Já outras, feitas de pedras mesmo (como igrejas) ou com forte estrutura, durariam mais tempo, porém não mais que alguns séculos, sofrendo com a atividade da natureza como chuva, vento, calor, frio, etc. Os animais também seriam parte importante dessa degradação. Aves usariam os arranha-céus que sobrassem para fazer seus ninhos no alto, enquanto animais selvagens que evitam contato direto com seres humanos ganhariam mais 'espaço' e novas fontes de alimentação, como ursos e raposas, o que faria aparecer um novo equilíbrio ecológico, bem diferente do atual. Em compensação, animais domésticos (com cães) e até outros nem tão domésticos assim, mas que dependem dos humanos para encontrar comida fácil, como ratos e baratas, surpreendentemente sofreriam, por não terem suas vidas adaptadas ao mundo sem nós.

Enfim, são incontáveis as cenas bem produzidas e explicadas. Realmente vale a pena, principalmente pra quem gosta de ficção científica, mas baseada em fatos concretos. Só uma curiosidade: na foto ao lado, está a cidade de Prypriat, na Ucrânia, já citada aqui (por coincidência).

segunda-feira, 30 de março de 2009

Citi Field dos Mets inaugurado


Sim, o New York Mets inaugurou o Citi Field antes do início da temporada da MLB. Como mostrado na foto, ele está atrás do Shea Stadium. Lá, a preocupação com estádios melhores e mais modernos passa por cima da tradição, em nome do conforto. Pena que aqui não se pensa assim... segue noíticia do New York Times sobre o estádio, por Joshua Robinson:

Na primeira e única vez que o New York Mets inaugurou um novo estádio, em 17 de abril de 1964, ainda havia operários terminando o serviço de pintura. E enquanto o Mets e o Pittsburgh Pirates se aqueciam no gramado para o jogo daquela tarde no Shea Stadium, ainda havia trabalhadores nivelando as partes de terra do campo.

Assim, passados 45 anos, na hora de inaugurar o Citi Field, os Mets decidiram que um ensaio completo não faria mal. O estádio será adotado formalmente pela equipe em um amistoso contra o Boston Red Sox na sexta-feira, antes do jogo oficial de abertura do campeonato, contra o San Diego Padres, em 13 de abril.

Mas a primeira partida de beisebol disputada no Citi Field aconteceu no domingo, opondo as universidades St. Johns e Georgetown. O público era formado por 22.397 torcedores que compareceram para uma primeira avaliação da nova casa dos Mets. O que encontraram, em meio ao nevoeiro da tarde nublada, foi um estádio aconchegante mas ainda em finalização de diversos aspectos.

Antes do jogo, era possível ouvir o ruído de serras elétricas em diversos pontos do estádio, e operários usando capacetes circulavam pelos corredores. As barracas de comida estavam abertas, mas com cardápios limitados; diversos dos painéis publicitários estavam desocupados; e as marcas de distância ainda não haviam sido pintadas nas cercas que delimitam o campo. Jeff Wilpon, o vice-presidente de operações dos Mets, estava fazendo uma inspeção completa de todas as instalações, em meio ao burburinho.

"Tudo está funcionando bem", disse Dave Howard, vice-presidente de operações de negócios dos Mets. "Diria que os pequenos defeitos encontrados aqui e ali são todos relativamente simples".
Os Mets venderam 30 mil ingressos, a US$ 5 cada, e distribuíram outros 12 mil, mas o clima feio manteve muitos torcedores em casa. Aqueles que compareceram começaram a desembarcar da linha sete do metrô às 10h, acompanhando placas que os conduziam da estação ao "Mets Baseball", e não mais ao "Shea Stadium". Eles pararam nos portões, fotografando o exterior inspirado no Ebbets Field, e logo começaram a passar pela praça frontal que homenageia Jackie Robinson.

Para Joseph Schmidt, 72 anos, que também assistiu à inauguração do Shea, em 1964, as lembranças de encher os bolsos de sanduíches e entrar como penetra no Ebbets Field, quando era menino, continuam vívidas.

"É maravilhoso que eles estejam honrando o passado dessa forma", ele disse, inclinando o pescoço para ler os dizeres perto do topo da praça comemorativa.

Embora trace suas origens ao Brooklyn Dodgers e ao Ebbets Field, os Mets não ignoraram os anos passados no Shea Stadium, do lado oposto da área de estacionamento do novo estádio. A silhueta de Manhattan que ficava por sobre o placar agora está posicionada sobre duas barracas de alimentos na posição central de acesso ao campo. A maçã gigante que saía de dentro de uma cartola sempre que um homem run era anotado também está presente, e existe uma nova maçã instalada em um buraco para lá da cerca da área central do campo.

Mas ela não apareceu no domingo quando Sean Lamont, de Georgetown, conseguiu o primeiro home run do Citi Field com uma rebatida em parábola na direção da arquibancada esquerda.
"Enquanto eu corria pelas bases, comecei a rir", disse Lamont depois do jogo. "Foi genial".
Ainda que a bola tenha percorrido mais de 100 metros e passado por sobre a cerca, o consenso aqui era o de que o Citi Field provavelmente ganharia fama como estádio favorável aos arremessadores. Nos poucos momentos de que precisou para fazer o primeiro arremesso cerimonial da partida, John Franco, antigo rebatedor do Mets, já percebeu que o novo estádio era grande. Da home base, o campo esquerdo se estende por 115 metros, e o direito por 116 metros.

"As dimensões são todas semelhantes às do Shea Stadium, mas dado o fato de que as muralhas são um pouco mais altas no campo esquerdo, algumas das bolas que poderiam ser home runs não o serão", disse Franco.

A cena para além do campo era de movimento permanente, enquanto os torcedores se espalhavam pelos corredores largos que se tornaram obrigatórios nos novos estádios de beisebol. A partida universitária não interessava a maioria deles, que apareceram usando as cores dos Mets e armados de câmeras. Quase todos passaram uma tarde nublada mas feliz explorando as barracas de comida, os melhores locais para assistir ao jogo e tudo mais que o Citi Field tem a oferecer.

"Você viu os banheiros aqui?", perguntou Jeff Gold, de Bellmore, que tem ingressos para toda a temporada. "São limpos, e são imensos. O estádio é de primeira classe".
A classificação "primeira classe" raramente foi usada para definir o Shea Stadium. E para Kevin Murphy, detetive em uma delegacia de polícia em Queens, isso facilitava deixar para trás o velho estádio azul.

"É um novo começo", ele declarou. "Muita coisa muito ruim aconteceu por lá". [Tradução do site Terra].

I.O.U.S.A.

Ontem, no canal GNT, logo após o (excelente) Manhattan Connection, foi exibido o documentário estadunidense I.O.U.S.A.; Esse documentário aborda o tema político mais importante nos EUA no momento, a estratosférica dívida pública. Realmente interessante para saber como o "país mais rico do mundo" (em palavras de uma das pessoas apresentadas no filme) entrou em uma crise que, parece, pode fazer o sistema financeiro do país entrar em colapso (talvez, não para um futuro tão próximo).

Como eu já disse aqui algumas vezes, os EUA são o país mais ombudsman do mundo. E esse documentário prova que isso é verdade. A lavação de roupa suja de forma pública, em um video que pode ser visto no mundo todo, mostra o quão a situação é grave. O diretor Patrick Creadon conseguiu sintetizar bem em pouco mais de 1 hora de video como a situação chegou ao ponto que está hoje - praticamente sufocante.

O documentário é divido em quatro capítulos. No primeiro, mostra o Budget Deficit, a forma como sempre fora administrada a economia americana, desde sua independência (e como a dívida foi aumentando). Em um infográfico bem interessante, fica claro a tremenda montanha russa que esse déficit sofreu ao longo dos anos. Sua acentuação em tempos de guerras e grandes crises (como a da década de 30 que não poderia passar batida em um documento como esse). Interessante como é mostrado a opinião de algumas pessoas a respeito, coisa bem tradicional em um documentário. Na verdade, entenda-se "opinião" como desconhecimento. Não que isso seja exclusividade americana, em todos os países a população desconhece como as dívidas públicas são geradas. Pequenos grupos de corajosos tentam alertar sobre o que realmente importa na vida das pessoas, um deles mostrado durante o documentário, quando alguns jovens tentam (em vão) alertar as pessoas frente a uma faculdade. Claro que poucos sequer se interessam de verdade. Aliás, o documentário é, praticamente, baseado nisso. Um alerta para os rombos que a economia vem gerando devido o descaso do governo (como a impressão de dinheiro descontrolado, desvalorizando a moeda), a despreocupação da população e a falta de fiscalização. Para esse alerta, foram escalados Robert Bixby (diretor do Concord Coalition) e David Walker (U.S. Comptroller-General), ambos viajando pelo país para apresentar os números claustrofóbicos que a economia está se metendo, através de suas instituições. Já o segundo capítulo, foca o modo como os americanos (e o governo, por tabela) tem reagido na crise com relação as poupanças. O dinheiro "seguro" que, em tempos de crise, serve para amenizar os males. Ou a falta dele. Os 'savings' estão desaparecendo diante do consumismo sem precedentes da população americana em geral, inclusive com uma sátira com o ator Steve Martin, lembrando que se deve comprar "apenas aquilo que se pode pagar". Não que os americanos (e, convenhamos, todo o resto do globo) façam isso. O terceiro capítulo é onde o "Trade Deficit" é gerado. Não passa da balança comercial. O "arroz com feijão" de exportar pelo menos a mesma quantidade que importar para manter suas contas equilibradas. E, óbvio, isso também não foi feito. Apesar de ser um dos maiores exportadores do mundo, é nítido que os EUA são os maiores importadores. Inclusive, é mostrado como a sucata americana sai do país a preços baixíssimos e volta em forma de produtos caros industrializados (feitiço contra o feiticeiro), tornando o rombo cada vez maior.

E aí vem o quarto capítulo: hora de detonar o Mr. Bush filho. O "Leadership Deficits", tratado de forma justa como o pior de todos, pois é onde a coisa é gerada. A forma como o último governo estadunidense (de dois mandatos), usando guerras e corte de impostos como pretexto, quase dobrou a dívida americana que vinha desde sua independência, mas em apenas 8 anos. E como a coisa chegou ao patamar atual, com estouro da crise imobiliária e as consequências que serão pagas pelos filhos e netos dos que atualmente fazem isso (incluindo o povo americano). O "seguro social" pode entrar em colapso até 2040, quando o governo não conseguirá pagar mais a aposentadoria e suas contas. Claro que, no final, até em clima nostálgico, são mostradas as soluções simples de como melhorar a situação - afinal, essa é a intenção do documentário. Mas isso passa quase como um segundo plano diante das aberrações político/econômicas mostradas, que estouram sempre no social. É mais uma forma de se pensar como as coisas estão sendo feitas, servindo inclusive de espelho para o Brasil.