domingo, 30 de março de 2008

Conta Comigo

Faz poucos dias, eu estava me preparando para ir dormir, quando liguei a TV já no fundo da madrugada. Sabe, coisa comum que se faz para dormir hoje em dia, programa o "sleep" para uns 30 minutos e se vira na cama até que o sono caia. Mas quando fiz isso, ao me virar, ouvi uma voz conhecida, de um dublador marcante. Não tive um exato reconhecimento na hora para com algum personagem, mas me lembrei que ao dizer "Conta Comigo" senti algo familiar.

A muitos anos assisti esse verdadeiro clássico do cinema dos anos 80. Quase sempre (na verdade, acho que sempre) na saudosa Sessão da Tarde, ao qual meus atuais horários de emprego e a programação já não ajudem mais a ser tão saudosos assim. Sim, era aquele filme que me marcara, e talvez tenha marcado toda uma geração.

Partindo do princípio dos créditos do filme hoje em dia, nota-se se tratar de uma obra prima. Nada como um (mais um) filme baseado no gênio(!) Stephen King. Tendo ainda no elenco, River Phoenix, Kiefer Sutherland e John Cusack seria sinônimo de mega-sucesso nos dias de hoje, mas eram apenas os atores consagrados em início de carreira.

O mais engraçado é que ao ver as opiniões sobre o filme no Orkut, todos praticamente batem na mesma tecla: 'amizade'. É claro, o filme é nada mais, nada menos que o ícone do que representa essa palavra. Mas ao nos depararmos com o criador da obra, Mr. King (não tem esse nome por acaso, hehe), sabe-se que é muito mais que isso. O filme não é só mais uma das tantas obras que enfocam os amigos tendo gestos bonitos uns com os outros.

Não, não seria Stephen King se assim o fizesse. O filme é uma retratação perfeita da vida. Ninguém é santo, ninguém é o diabo. Não são crianças ingênuas, não são adultos pragmáticos. São seres humanos ali. Até pelo filme ser emblemático com relação a amizade, não vemos esteriótipos de gestos maravilhosos entre os protagonistas. Vemos a amizade verdadeira, como acontece nas nossas vidas. Tirações de sarro, brigas, histórias, mentiras e verdades. Nada de crianças pequeninas e bonitinhas com atitudes adoráveis. São garotos, com suas virtudes e defeitos, todos expostos ali. Já com traços de amadurecimento, mas sem perder as inibições de crianças. Aliás, que obra conseguiria atrair tantas críticas positivas com a premissa de 4 garotos menores de 18 anos indo fugindo de casa e indo atrás de um corpo de um ser humano?

Outro ponto importante é o fato do filme não ser o velho clichê de sempre. Não há final feliz com todo mundo se dando bem na vida. O final é algo natural que acontece na nossa vida, momentos tristes da vida de um adulto com presságios da infância quase que como um tranquilizante. Acho que todo mundo faz isso, toma algumas horas pra pensar nos bons tempos de infância. "Bons" não só por momentos bons, mas por todos os momentos. Época em que se vivia de verdade. A vida sem grandes responsabilidades, sem objetivos inalcansáveis. Tudo ali, voltado pra você. São sempre os "bons e velhos tempos que não voltam mais". Nada é mais dopante que passar horas pensando em como a vida era alegre, convidativa, fácil. Diferente das dificuldades de possuir um emprego, demonstrar sua 'capacidade' a sociedade que tanto o expele.

Vale também o registro do filme mais marcante de River Phoenix, ator que faleceu muito jovem, mas que virou ícone de uma geração. Vale também as clássicas vozes da dublagem, marcantes. E vale cada segundo vivido passar duas horas na frente da TV pra ver esse clássico e tanto!



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