domingo, 16 de fevereiro de 2020

Meu tipo de jogo favorito



POR QUE CLASSIFICAR?

Os jogos de video games são classificados em diversas categorias e subcategorias. Isso é normal pra praticamente qualquer tipo de mídia, sejam antigas de séculos atrás como a música ou as mais recentes de poucas décadas de existência. O objetivo da classificação varia mas, em geral, serve para fidelizar fãs e amantes de determinada mídia facilitando sua futura busca por um determinado tipo de arte/entretenimento ao qual esteja mais familiarizado, aumentando muito as chances dele agradar.

Numa situação hipotética, imagine que você escute música pela primeira vez na vida, uma composição clássica de Chopin, por exemplo. Se ela te agradar e você buscar por uma nova música, a chance de outra música semelhante agradar soa muito mais plausível do que se lhe fosse apresentado um heavy metal, um country ou uma pop song. É evidente que outro gênero musical poderia agradar, porém o cérebro humano é praticamente "moldado" para seguir padrões. Experiências prazerosas vividas costumam trazer uma sensação de segurança maior do que uma nova experiência aleatória, que pode ser ou não ser tão satisfatória.

Agrupar determinadas mídias em padrões, similaridades, é quase natural para que futuras experiências tenham maior chance de serem satisfatórias. Isso serve para música, séries, livros, filmes, roupas, comida e, claro, para jogos de video games.

E, claro, os jogos possuem suas classificações. Classificações essas que costumam ser determinadas por toda a comunidade gamer seguindo alguns padrões, mas se um 'outsider' tentar descobrí-las perguntando para duas pessoas distintas, com gostos bem diferentes, é possível que haja muita contradição. Isso porque não há um orgão oficial que faça isso com os jogos (como não há na música, filmes etc etc e etc).

Em geral, há classificações etárias realizadas de formas distintas entre diversos países, de acordo com suas leis e cultura. Mas essas classificações se baseiam no conteúdo do jogo e não por suas características em si. É relativamente fácil identificar um jogo com conteúdo explícito de violência e outros mais condizentes para ser consumido por crianças, por exemplo. Porém, mesmo jogos com classificações etárias bem diferentes podem se encontrar dentro de um mesmo 'gênero' dos jogos como o mundo aberto. The Witcher 3, com todo o conteúdo adulto, sexo, violência e linguajar explícitos é um jogo tão "mundo aberto" quanto algum jogo mais inocente da série Lego, por exemplo.


QUEM CLASSIFICA OS JOGOS?

As categorias, gêneros e subgêneros dos jogos costumam ser determinadas pelas próprias produtoras, pela mídia especializada (sites, revistas, programas de TV e YouTube etc) e pelos jogadores. Mas, mesmo jogos sendo classificados por tanta gente, ainda há muita discórdia sobre várias dessas classificações. Provavelmente, a mais clássica entre os video games seja a do RPG. Determinar quando e como um jogo pode ser considerado um RPG costuma trazer debates acalorados, especialmente entre fãs.

Por isso, apesar de haver um senso comum, jamais há uma classificação definitiva. É claro que praticamente ninguém discorda de que Mortal Kombat seja, de fato, um jogo de luta. Agora, experimenta chamar The Legend of Zelda: Breath of the Wild de RPG em determinados foruns e mídias...

Sendo assim, classificar o 'gênero' favorito entre tantos não é algo fácil. Isso porque há uma variedade enorme de estilos de jogos que trazem recompensas bem diferentes entre eles. Alguns podem levar poucos segundos para se tornarem divertidos enquanto outros precisam de horas (muitas horas!) de dedicação até que o jogador possa se sentir completo pela experiência.

Duvido que haja estatísticas realmente confiáveis sobre isso, seja pela dificuldade em reunir tais dados seja pela quantidade absurda de jogadores ao redor do mundo. Mas, creio, seria realmente estranho encontrar jogadores que gostam única e exclusivamente de um tipo de jogo, provavelmente de um único jogo. Mas eles existem.


QUAIS GÊNEROS/CATEGORIAS EU GOSTO?

Assim como a esmagadora maioria, gosto de jogos diversos. Mas não costumo buscar um jogo por uma característica muito ampla, gosto de situações bem específicas. Por exemplo: já devo ter gasto meses de vida (literalmente) jogando jogos de luta, mas isso não quer dizer que qualquer jogo de luta me agrada. Gosto dos mais técnicos, nem tão rápidos, nem tão lentos, que tragam variedade mas, ao mesmo tempo, que não tenham personagens tão discrepantes. Por isso, os que mais me agradaram sempre foram os das séries Street Fighter e Fatal Fury (com um pouco de The King of Fighters). Jogo Mortal Kombat bem de vez em quando mas raramente parto para outras franquias. Não consigo gostar de grandes séries como Tekken, Super Smash Bros e vários crossovers (especialmente os Capcoms com personagens mais variados de diversas franquias).

Então, dá pra dizer que gosto de gêneros bem variados mas sempre com alguma particularidade. Jogos de luta, sobrevivência, RPG, estratégia, ação, aventura... a lista é grande mas não dá pra dizer o clássico "gosto de tudo". Cai mais pro (tão clássico quanto) "gosto de tudo UM POUCO".

Há, claro, diversos tipos de jogos que não gosto de forma alguma. O mais notório são jogos em primeira pessoa. Não somente shooters mas qualquer jogo em primeira pessoa. Não gosto, não me sinto bem jogando, não consigo me divertir. Há várias séries que me interessariam jogar, como Far Cry mas, o fato de ser em primeira pessoa, sequer me faz tentar. Existem casos de pessoas que realmente passam mal jogando em primeira pessoa, sentem náuseas, tonturas e outros sintomas. Não é meu caso. Mesmo não jogando hoje em dia, já joguei um jogo em primeira pessoa num passado bem distante: o famoso Doom, jogado num fabuloso computador 386 (ou era 486?) em meados de 1996. Enfim, anos se passaram e meu gosto por esse tipo específico de jogo simplesmente não existiu.

Outros gêneros também tive pouco ou nenhum contato, simplesmente por não gostar: jogos de estratégia diversos (só gostei de Command & Conquer até hoje), RPGs com lutas por turnos, jogos online em geral e diversos outros.

Em compensação, meus gêneros favoritos, consumo até com certo exagero (eu deveria jogar menos e fazer outras atividades). Jogos de esportes (vida inteira jogando Winning Elevens e variantes), jogos de NBA e NFL (alguns), jogos de luta (como já mencionados), shooters, jogos de aventura, plataforma, beat 'em ups e, claro, meus favoritos, jogos de ação em mundo aberto.


O FAVORITO:

Só que, como já dito anteriormente, meu gênero favorito não é mundo aberto "qualquer mundo aberto". Há diversas razões que fazem com que eu gaste horas, dias, meses jogando um jogo mundo aberto. Aqui vão algumas delas:

- ser terceira pessoa: sim, citei que jogos em primeira pessoa não me agrada. Gosto de terceira pessoa, ver meu personagem, fazer um cover bem feito, ter uma câmera "over-the-shoulder" no momento da ação. E, de preferência, com um ângulo de câmera que eu possa ver todo o personagem, como nos ângulos mais distantes de GTA V ou RDR2, por exemplo, e não tão próximos ao personagem como o da série Arkham de Batman, Resident Evil 4 ou Watch Dogs 1.

- a história ser baseada na vida real: aqui algo que raramente encontro alguém que concorde comigo (nunca encontrei, na verdade hehehehe). Pode achar estranho, polêmico (mamilos?), discordar radicalmente mas... histórias baseadas em mundos fantasiosos dificilmente me atraem. Pra falar a verdade, até gosto de alguns mas nunca é algo que realmente me marca, me deixa pensativo, que torna minha imersão realmente satisfatória. Penso que jogos baseados na vida real costumam ter enredos muito melhor trabalhados e complexos do que os de mundo fantasiosos. É evidente que há histórias excelentes em jogos de mundos inventados e outros nem tão bons (muitos horríveis) de jogos baseados na vida real. Mas, me parece (e isso é um pensamento meu), as conclusões das histórias soam sempre muito forçadas, muito destinadas a serem épicas em mundos fantasiosos mas recheadas de hipocrisia por parte dos roteiristas. Quase sempre (há exceções), jogos de mundos 'fantasia' tem um chefão final super poderoso que será enfrentado numa luta épica, demorada em que o protagonista irá usar todos os poderes adquiridos e surpreender o vilão que se considerava invencível. Parece meio "fácil" guardar o melhor pro final dando a conclusão mais óbvia pra tudo. Jogos baseados em vida real não. A história inteira precisa ser convincente, precisa ter um ponto central muito mais sólido para ter sua conclusão de forma verdadeiramente épica. Repare como esses tipos de jogos possuem finais bem mais ambíguos, mais "simples" que, em geral, concluem a história e te traz uma verdadeira reflexão sobre toda a jornada e a forma como ela está sendo encerrada. GTA V, com os 3 protagonistas se despedindo depois de um golpe final; The Last of Us, com o diálogo mais que marcante entre Ellie e Joel; Mafia 3, Watch Dogs 1, L.A. Noire, Max Payne 3, Spec Ops: The Line etc. É claro que toda a questão parte muito do envolvimento e da experiência individual de cada jogador. Esse meu "entendimento" pode ser completamente o oposto de outras pessoas - em geral, realmente é. Mas...

- não ser tiro, tiro e mais tiro: adoro GTA V. Gosto ainda mais de Red Dead Redemption. Mas, por mais incoerente que pareça, jogos como esses não são tiro, tiro e tiro. Há exploração, solução de mistérios, liberdade para eventos secundários e até tempo para admiração de um cenário, de um diálogo. Diferentemente de um Gears of War, muito mais focado na ação frenética, jogos como Uncharted 4 ou Tomb Raider costumam me trazer mais satisfação ao jogá-los. As partes de ação são sempre boas mas ter um momento de calmaria, não somente em cutscenes, mas durante o gameplay mesmo, soa mais lógica, mais orgânica, mais real. O que não significa que, de vez em quando, eu não jogue um Max Payne 3, por exemplo, descarregando pentes e pentes de armas nos inimigos, um atrás do outro.

- ter um mundo aberto grande, livre e variado: a coisa mais óbvia mas que nem sempre é feito pelas produtoras. Te completar na experiência fazendo com que a variedade e liberdade sejam compensadores, não tem preço.

- gráficos: frase da moda entre gamers, "gráfico não é tudo". Sim, não é. Mas gráficos incríveis, fotorrealistas, com o melhor que cada geração pode oferecer, não tem igual (cof cof The Last of Us, cof cof Red Dead Redemption 2). Gráficos 'cartunizados' funcionam muito bem (Breath of the Wild está aí como prova maior), mas até pra ser coerente com o item "a história ser baseada na vida real", ter gráficos realistas é o que me faz ficar de boca aberta em frente a TV enquanto jogo.


VEREDICTO:

Pra finalizar, dá pra "resumir" (isso é mesmo um resumo?) de que meu gênero favorito, em que um jogo, provavelmente, vai me ganhar apenas por ser assim será: mundo aberto, terceira pessoa, com gráficos realistas, não sendo somente tiro e baseado na vida real. Nisso se encaixam alguns dos meu jogos favoritos, mas que não necessariamente sejam os únicos favoritos:

- Red Dead Redemption 1 & 2
- Grand Theft Auto 5
- Watch Dogs 1 & 2
- Horizon Zero Dawn
- Assassin’s Creed (do Black Flag até Origins)
- L.A. Noire
- Sleeping Dogs
- Mafia 2 & 3

Deve ter outros que ficaram de fora. Virão novos que estão por vir (agora é fevereiro de 2020). Em breve, completo com mais opiniões específicas sobre cada ponto citado aqui.

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