quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Degeneration

Ontem, ao assistir Degeneration, senti que, finalmente depois de anos, pude rever uma das histórias que mais me encantou em todos os tempos. Na verdade, em se tratando de roteiro, é sem dúvidas o que mais me encantou. Biohazard/Resident Evil é uma obra prima. Quer dizer, pelo menos enquanto se dispôs a ser o que é. Com a chegada de Resident Evil 4, o castelo de baralho praticamente ruiu, deixando poucas peças em pé para que pudesse ser reiniciado novamente. Apesar dos fãs mais ufanistas, a verdade é que RE4 se descaracterizou completamente dos outros jogos, em nome de um novo jogo. Ao ser anunciado para PS2, o jogo era pra dar continuidade ao fim da Umbrella, mas trouze Leon num futuro bem mais distante, não mais lutando contra um vírus. Pra mim, pessoalmente, isso é fatal. É claro que, junto à isso, veio o pacote de explicações, de que Wesker irá usar o Las Plagas para interagir com sua amostra do vírus para criar algo mais potente e tal, mas pra mim não passou de uma desculpa esfarrapada pela derrapada que veio com o jogo. Tudo em nome da concorrência com outros jogos. Ninguém mais queria zumbis lentos, nem câmeras fixas. Então, se pensou primeiro em um jogo de ação ao contrário do Survivor Horror dos jogos anteriores. Aí a história só foi montada em cima, uma pena. Não que seja ruim, mas não é a mesma coisa.

Voltando ao filme em animação, devo começar pelos pontos fracos. Graficamente falando, está fantástico. Mas as animações em CGI (mesmo o cantarolado Final Fantasy) ainda pecam em alguns aspectos como expressões faciais e movimento da boca. A movimentação dos personagens está muito boa, mesmo que as vezes não soe tão real, mas a qualidade compensa. Agora as partes boas!

Pra quem acompanha o enredo de Resident Evil (pra mim o grande ponto forte da série toda), deveria estar com saudades dos T-Vírus e G-Vírus, assim como eu estava. A volta de dois personagens marcantes como Leon e Claire também ajuda a completar o clima de nostalgia. Sem contar nas poucas mensões a Umbrella, até essa da saudades (sinceramente, quem realmente gosta daqueles Los Illuminados?). As cenas inicias do aeroporto são fantásticas. Claire vendo os cadáveres caindo do avião após esse se chocar com saguão principal do aeroporto e dizendo "denovo não" é de arrepiar, quase uma volta ao passado. Depois, as cenas de ação de Leon ao resgatar Claire e os outros personagens, as escapas entre zumbis com cabeças explodindo, os mesmos erros de sempre cometido pelo fortão com armas (dessa vez sobrou para tal de Greg) não poderiam faltar. Até mesmo os tradicionais questionamentos, ao ver o grupo salvo saindo do aeroporto e só então os soldados estilo swat entrando atirando em todo mundo (por quê não entraram antes se eram somente zumbis lentos?). Depois é que na verdade começa o show.

As velhas histórias de suborno, conspirações de grandes empresas (sai a Umbrella, entra a WilPharma), a reviravoltas e, claro, facilities! Também não poderia ficar de fora cenas com zumbis em corredores, elevadores, tudo meio destruído, com clima de suspense ao fazer uma curva de um corredor ao outro, tudo está lá. Até mesmo os pequenos milagres de explosões a queima roupa não afetarem os protagonistas. Só Claire teve, nesse filme, um avião caindo sobre o saguão do aeroporto onde estava, uma explosão que devastou um prédio inteiro onde só a feriu com um estilhaço de vidro na perna, sem contar os vários zumbis que não conseguem pegá-la, mesmo a poucos metros de distância. Mas isso faz parte do charme de Resident Evil. Leon é o mocinho que salva todo mundo, em cenas de ação mirabolantes (como a fuga do F4 prestes a demoronar), os tiros certeiros, a frieza de cara ao perigo e tudo mais. Também vale destacar a volta da mutação causada pelo G-Vírus no personagem Curtis Miller, relembrando o assombroso William Birkin. Está tudo lá.

E o melhor de tudo, no final, a deixa para continuação (ou irão esperar apenas para explicar no RE5 com a volta do Chris Redfield?), da empresa Tricell, que parece assumir o lugar da WilPharma. Ou seja, muda-se as empresas, mas o objetivo é quase sempre o mesmo, a criação da arma biológica perfeita (e sua cura também, em caso de acidente claro). Será que isso é tão longe assim da realidade?

Resumindo: o filme é espetacular pra quem gosta de Resident Evil, principalmente a velha guarda (da qual me incluo) que não digeriu muito bem, ainda, o confuso e bobo roteiro de Resident Evil 4. Tomara que eles arrumem ótimas desculpas para o Resident Evil 5, colocando as peças novamente no lugar e voltando com esse enredo fantástico. Agora, é só aguardar pelo quinto capítulo da série (ou seria o sexto devido a Code Veronica?).

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