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sábado, 26 de setembro de 2009

Problema e Solução de chip inválido no MP7



Importante saber, antes de começar, que essas informações foram retiradas de um forum, específico, sobre celulares e MP7, MP8, 9, 10 em geral. Logo, não é garantia de resolver seu problema mas, dado a considerável quantidade de pessoas que conseguiram resolver o problema, vale a informação. Inclusive porque eu consegui, logo, é informação testada por mim.

Outra informação importante a relatar é que usei para meu aparelho e meu problema específico com chip da Claro, mas parece que funciona quando o erro persiste por chip de qualquer operadora e com vários modelos de aparelhos. Confira a lista no thread do forum.

Segue as instruções. Parece difícil, mas realmente não é. Você só precisa ter algum conhecimento do funcionamento de seu celular e perceber caso precise pular alguma etapa. Está bastante resumido, então, boa sorte:

1) Retire a bateria de seu aparelho e verá no cel uma etiqueta escrito "IMEI" e 15 números. Anote esses números, mas o que vale são apenas os 14 primeiros números. Recoloque a bateria, feche o celular e ligue-o.

Observação importante: No meu caso, eu havia pego o IMEI discando *#060# e aparecia o número 135790246811220. Porém deve-se pegar o IMEI atrás da bateria. Só que, no caso do meu aparelho, não tem esse número de forma clara. Meu aparelho é um MP7 Kaiomy Aegis 886 (também serve para o modelo 889, sendo esse apenas de cor diferente). E atrás da bateria constava esse número com o modelo do aparelho entre ele: S/N 29AEGIS886091301222. Ou seja, considerei meu IMEI sendo 29886091301222 desconsiderando a palavra AEGIS entre os números e deu certo!

2) Baixe o programa dessa página (é necessário se cadastrar para baixar).

3) Instale e abra o programa "MTK IMEI" - IMEI.

4) Conecte o aparelho ao computador. No celular, clique no ícone "port com" ou "com port", ou o nome que constar no seu aparelho (no meu apareceu como "porto com"). Se seu celular foi reconhecido, pule esse passo. Caso contrário, se não for reconhecido pelo computador de primeira, será necessário baixar o drive de reconhecimento. Faça o seguinte:

4.1 - Entre AQUI e baixe o Drivers Mt 6227 para seu sistema operacional de seu computador.
4.2 - Descompacte o arquivo ZIP e clique em SETUP.EXE para instalar o programa.
4.3 - Após instalar conecte o celular com o programa que acabou de instalar fechado.
4.4 - Vá na opção "PORTO de COM" no celular, e quando pedir o driver mostre para ele a pasta DRIVER que está na pasta descompactada "MT6227 " que você baixou.
4.5 - Clique em CONTINUAR ASSIM MESMO e pronto... ele vai emular uma porta COM na USB que vc conectou o celular.

5) Na tela de trabalho vá no item "Meu Computador", clique com o botão direito, depois vá em "Propriedades", depois em "Hardware" e depois em "gerenciador de dispositivo". clique duas vezes no ícone "Portas (COM & LPT)". Anote o número da porta... vai estar escrito "porta de comunicação (COMx)".... esse "x" é o número da porta. No meu caso foi COM4 (é assim na maioria, mas confirme o seu).

6) Entre no programa MTK-IMEI e vá na aba (Configuration). Clique em "enter configuration mode"... coloque a senha em maiúscula: MIADM (e dê OK);

7) Coloque o número da porta COM (descoberto acima) no campo "COM§°:"

8) selecione "write sim card 1 imei" (ou card 2 caso seu chip esteja inválido no chip 2).

9) No campo "Current IMEI" apague o que vai estar lá (talvez esteja vazio) e coloque os 14 digitos copiados do aparelho (esqueça o 15° número).

10) Deixe desmarcada a opção AUTO GENERATE IMEI;

11) Clique em "save all configurations". Após isso o programa vai pedir para ser fechado. Feche-o e o abra novamente em seguida.

12) Na aba "OPERATION" vai estar o IMEI INPUT... veja se é o mesmo número que você colocou anteriormente. Se estiver vazio, coloque novamente seu IMEI. Clique em "Start".

Pronto... feche o programa... desconecte o celular do computador. Desligue o aparelho e espere alguns segundos e religue-o. Deve funcionar. Caso não dê certo, tente novamente e, em outro caso de não der certo, tente procurar outra alternativa, como levar a um agente autorizado. Espero que ajude alguém. Boa sorte. Se o seu aparelho é o mesmo modelo do meu, é praticamente certeza que funcionará. Se é modelo diferente (mesmo sendo MP8, MP9, MP10 e de outras marcas), também deve funcionar como mostra o thread. Se ainda lhe restar alguma dúvida, entre em contato comigo e ajudarei no que for possível, sem esquecer que meu conhecimento é baseado nas informações que peguei da Internet, não sou garantia de resolver seu problema, mas estou disposto a ajudar.

O Chutão de Giovanni (Santos FC)



Giovanni foi acusado de incitar a revolta da torcida santista que invadiu o campo da Vila na noite de quinta passada. O gesto com o qual Giovanni teria comandado as arquibancadas foi um chutão que isolou a bola. O que poderia ser lido como "para mim, chega!", foi lido como "ao ataque!". A moça do Globo Esporte disse que os jogadores precisam se conscientizar de sua condição de figura pública. Um dirigente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ameaça suspender Giovanni. O chutão é uns dos gestos mais grotescos do futebol.

Nós, brasileiros, temos usufruído, como nenhum outro povo do planeta, incontáveis momentos sublimes em que uma atividade prosaica atinge o estado da arte. Claro, falo do futebol que me fez um dia chamar minha banda de Football Music, num elogio imodesto à minha própria musica: chamá-la de futebol para indicar que ela seria arte pura (e, ao mesmo tempo, pura brincadeira, puro jogo). Como o nosso futebol.

Momentos de futebol-arte, como os que temos gozado durante nossa existência, nascem quando um jogador realiza o gesto perfeito. A noção de gesto, usada por Mário de Andrade para pensar a arte, encontra a melhor expressão na pintura: o gesto que o pincel realiza no ar, e fica gravado na tela, testemunha o momento em que um mortal, aquele pintor, aquela criança que se recusou a crescer e optou por passar a vida numa brincadeira com tintas, cores e formas, transcende o comum e toca a emoção dos homens adultos. O gesto então se imortaliza, imortaliza o pintor e, com ele, toda a espécie humana que testemunha e celebra a vitória sobre a realidade e o fim.
Um gesto imortal pode ser desenhado no ar em forma de som, não apenas de imagem. O gesto mais memorável da música é o tema da quinta sinfonia de Beethoven. Parece que Beethoven ficou tão impressionado com o gesto que propagou, que não parou mais de repeti-lo por toda a obra: inscreveu-o inúmeras vezes no papel. Outros mortais, depois, gravaram-no vezes incontáveis em discos e o elegeram o tema da vitória contra a banalidade do mal.
A jogada de Pelé no gol dos chapéus, na Rua Javarí, sem testemunha de cinema ou TV, ficou tão indelevelmente gravada na memória dos que a assistiram, que se fez obrigatória sua gravação virtual e real por computador, na película de "Pelé Eterno".

Gestos eternos no Brasil de todo o Santos, o time que por desejo de algum santo foi destinado a realizar os gestos mais sublimes do futebol. O time que foi vestido de branco, a cor pura, por algum outro santo, para que seus gestos imortais não rivalizassem com outras cores, mas se destacassem melhor na tela estendida no próprio corpo do artista.

Parecia que, com o fim de Pelé, o Santos já tinha realizado seu destino imortal. Mas eis que surge Robinho, o afortunado. Não há glória maior no futebol mundial do que ser artista imortal no time em que Pelé vestiu-se de branco. Depois do rei, Robinho foi quem melhor realizou o desígnio: seus gestos levaram o time a dois campeonatos brasileiros e a dois vices importantes depois de 20 anos de infelicidade. Então, o Santos despediu-se também de Robinho.

Eis que retorna Giovanni, o desafortunado. Gestos de Giovanni estariam gravados na história tanto quanto os de Robinho e Pelé, não fossem os sons desafinados apitados por aquele pobre diabo, na final de 1995. Por sorte, gravei em fita um jogo daquele campeonato, o jogo em que o Santos goleou o Fluminense e qualificou-se para a final infeliz. Mas não preciso da fita para uma lembrança, a do técnico do Fluminense explicando a derrota: "esse cara joga muito!". A expressão no rosto de Joel Santana não era de derrota: era de maravilha, de alguém tocado pela arte, alguém que viu um gênio gestualizar.

Depois dos 4 a 2 contra o Corinthians, agora em 2005, o jogo que seria anulado, Robinho declarou: "Giovanni é gênio". Esperava-se de Robinho, que nunca perdeu para o Corinthians e que voltava depois de tumultuada ausência, os melhores gestos do jogo. Seu melhor gesto foi a declaração. Lembro-me de momentos sublimes de Giovanni no jogo: o sem pulo de fora que resultou em gol, de lances com Robinho, de seus toques desconcertantes, pinceladas de uma obra genial, passes de mágica, espirituais. Mas a obra imortal, o 4 a 2, sofreu uma tentativa de vandalismo: foi anulado por um outro tipo de juiz desafinado, o infeliz presidente STJD, mais um representante da vida seca, alguém incapaz da sensibilidade de julgar caso a caso os jogos apitados pelo árbitro caído, o tal Edílson, apesar de este ter deixado involuntariamente gravado num telefonema que o Santos estivera abençoado. Que nem mesmo o seu demônio pessoal pudera prejudicar o time de branco.

Quando anularam esse jogo, falei com um porteiro aqui do prédio, com quem converso sobre arte: como é possível anular o que Giovanni fez naquele jogo? Como deletar da memória gestos eternos?

Quando Giovanni voltou em 2005, dez anos depois de ter sua história roubada, disse algo como "voltei para ser o campeão que não fui em 1995". Um índio amazônico descera de uma Europa brilhante, em busca do tempo perdido na Santos de todos os sonhos.

Mas pobres almas infantilizadas em onipotência e incompetência, como o juiz corrompido e o dirigente purificador, que vê contaminação onde há apenas arte e inocência, ou diabretes pífios, como o juiz de 1995, gente que desaparecerá sem deixar transcendência, esses condenados parecem escolhidos para realizar o desejo de um demônio maior: o de que Giovanni seja infeliz aos olhos da torcida que o ama.

Entretanto, mais fortes são os poderes do santo: há outro tipo de gesto, um de tipo não artístico, que logra marcar-se para sempre nas memórias e nas gravações, e que encontra uma vereda contra a conspiração da infelicidade. O gesto feito de drama, de revolta ante os erros de outros homens, ante o que é meramente real, o destino e o azar, a perseguição movida pela banalidade. Um gesto como o do chinês desarmado diante do tanque de guerra.

E o Giovanni dos gestos que teimam em apagar-se encontrou seu gesto imortal num chutão, não no passe giovannesco para o primeiro gol. Chutou para cima, para isolar, as sentenças medíocres que insistem em proibir-lhe a imortalidade. O contido Giovanni explodiu de revolta e sua humanidade o transcendeu. Liberou, não liderou, a raiva contida em uma torcida ultrajada pela tentativa de roubarem o seu 4 a 2 imortal, aquele em que ele e Robinho jogaram juntos e venceram. Giovanni não merece nenhum castigo. Mais nenhum.

Merece ser gravado na única placa que um chutão poderia produzir.
Texto maravilhoso assinado por Hermelino Neder em 2005, sobre a vergonha daquele nacional. Pode ser lido inteiramente aqui.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Onde estão os jogos de Volei?

Jogos de videogame sobre esportes são clássicos. Quem não se lembra dos dois quadradinhos de cada lado da tela rebatendo um pontinho em uma espécie de 'ping-pong' pré-histórico dos games? Com o avanço dos jogos ao longo do tempo, não poderiam deixar de vir novos jogos sobre os mais variados esportes. Os mais populares, futebol e futebol americano - populares na industria dos games, que fique bem claro.

As séries futebolísticas, apesar de já terem contado com trocentos títulos variados, principalmente nas gerações 16 e 32 BITS, acabou bi polarizando entre FIFA Soccer (o mais tradicional) e Winning Eleven (ou Pro Evolution Soccer), que roubou o mercado do FIFA anos atrás, mas ambos voltaram a ter uma briga dura na Next-Generation. O outro grande esporte virtual popular é o futebol americano (amém!) com a série da Eletronic Arts, Madden NFL. Já houveram vários outros jogos também de outras produtoras, mas nunca nenhum ameaçou a liderança do jogo com o nome de John Madden, lenda no esporte, tanto como técnico como comentarista (recentemente aposentado, infelizmente). Ainda falando em Eletronic Arts, a empresa ainda aposta sempre as fichas em seu jogo da NBA, o NBA Live. Mas aqui, assim como na guerra virtual do futebol da bola redonda, há outra força considerável, o NBA K (a letra "K" costuma representar os anos em que o jogo é lançado, ex: NBA 2k7 = NBA 2007). Há também o NBA Shotout, mas com menos sucesso. Mesmo assim, várias opções.

Ainda existem os outros esportes com boas quantidades e variedades de estilo de jogos, como os de Formula 1, de corridas de Turismo, de golfe (muito popular nos EUA), baseball (com os jogos da MLB), Hockey no gelo (os da NHL) e vários outros. Porém, um esporte muito popular, especialmente em Olimpíadas, é esquecido sempre: o volei!

O Volleyball, ou simplesmente volei, tem pouquíssimos títulos e, ainda assim, para gerações bem velhinhas, especialmente a geração 16-BIT. Obviamente que não conheço todos os títulos, mas fazendo uma busca rápida por sites de emuladores, encontra-se quase sempre apenas os títulos (ambos na foto) Volleyball Twin e Super Volley, o mais legalzinho, mas longe de ser um grande jogo. O primeiro tem um esquema de jogo meio falho, porém tem a "vantagem" de mostrar a quadra inteira. Já o segundo, é quase um game paródia do esporte, mostrando a quadra do nível do chão. Ou seja, você vê apenas o lado dos personagens, sem ver diretamente o chão. Porém, isso não impede ele de ser o jogo mais bem feito do esporte... quer dizer, o mais divertido.

Ambos pecam por serem simplistas (devido a tecnologia da época) e não terem nomes de jogadores reais. Aliás, são baseados apenas em Seleções nacionais. Como não ganharam versões modernizadas, acabaram ficando como ícones do esporte nos games. Talvez haja outros jogos, mas desconheço. Com certeza, uma das grandes dificuldades seria usar uma engine que chegasse o mais próximo do jogo de hoje em dia. Afinal, é um jogo que exigiria 12 personagens jogáveis praticamente ao mesmo tempo na tela (haja carregamento e pixels), sem contar torcida, técnicos, juízes que poderiam ser inclusos. Outro grande desafio seria com a velocidade. Ajustar a velocidade de esportes como futebol ou basquete são fáceis, agora o volei é muito dinânico, poderia transformar a tela num vai-e-vem descontrolável em caso de 'rali' (palavra estranha). E claro, a jogabilidade teria que ser super fácil para acompanhar a velocidade extrema que o jogo teria. Sinceramente, não parece impossível apostar num jogo assim, poderia ser sim bem decente. Mas o problema é outro...

O volei é muito popular, mas nem tanto. Se parar pra pensar, vários esportes tem jogos porque possuem ligas muito fortes nos EUA (NBA, NHL, MLB, NFL). O volei não possui sequer uma liga profissional por lá. Possui sim no Japão, outro grande produtor de jogos, mas estranhamente nem eles apostam em games assim. Talvez pela popularidade ociosa que o esporte possui. Ainda existem outras grandes ligas (não de baseball) ao redor do mundo, especialmente na Itália, Espanha, Russia e Brasil. Mas nenhum desses países tem mercado consumidor de jogos suficientes pra valer o trabalho sério de uma empresa em um título. Se houvesse o jogo, com certeza se basearia principalmente nas Seleções. Afinal, qual o grande clube de volei no mundo? Quando se pensa em futebol, milhares de clubes vem a mente. No Basquete, temos Boston Celtics, Chicago Bulls, Los Angeles Lakers. No Baseball, New York Yankees e Boston Red Sox. Mas no volei, nunca existiu uma liga com primazia sobre as outras. Talvez, isso afugente as empresas de games, já que basear a popularidade em um jogo de seleções apenas já era. Antigamente, os WE's eram apenas de seleções ou da liga japonesa (J-League), mas com o tempo, percebeu-se que apostar na paixão clubística rendia mais. Afinal, paixão por clubes é muito maior que por seleções nacionais.

Por essas e outras, fica difícil imaginar uma EA, uma Konami ou qualquer outra grande trabalhando em um jogo de volei. Quem sabe um dia, seria realmente interessante, até como alternativa. Mas, por enquanto, é só um saque fora.

domingo, 19 de abril de 2009

A Linda Cidade de São Paulo

Muitas vezes, influenciadas pela mídia em geral, criamos opiniões que (apenas nas nossas cabeças) se tornam 'verdades'. Não é bem assim. E, uma dessas opiniões clássicas que criamos falsamente é sobre as cidades brasileiras e mundiais em geral.

Aqui no Brasil temos certas "classificações" para nossas cidades, de acordo com as características que mais as marcam. Então, é fácil dizer que o Rio da Janeiro é a cidade maravilhosa, pelas suas belezas naturais. Salvador é a capital afro e alegre do país, com o maior carnaval de rua. Em geral, todas as capitais nordestinas tem uma característica semelhante a Salvador. No Norte, temos as cidades do povo hospitaleiro. E no sul, as capitais organizadas, do povo educado e politizado.

Não é que isso seja mentira. Muitas dessas características são verdades. O Rio tem belezas naturais mesmo, Salvador tem povo alegre e Curitiba é sim uma cidade bem organizada e de população culta, no geral. Mas, o que sobra para São Paulo? São Paulo fica com os piores "títulos generalizados" criados e adotados muitas vezes até por paulistanos. É a cidade feia, suja, cinza, do trabalho, do stress, do trânsito. São vários os apelidos pejorativos que muitos, principalmente na televisão, gostam de propagar contra a cidade. Também nem todos são mentiras. Há sim sujeira, poluição, trânsito, stress e tudo mais. Mas, por que nossa cidade não pode valorizar suas melhores características? Seria uma mentira chamar São Paulo de cidade LINDA?

Muitas pessoas acham que essa característica da cidade é uma heresia. Como pode São Paulo ser linda? Mas é! Tem todos os seus problemas, como todas as cidades tem, mas tem muitas e muitas áreas lindas, cosmopolitas, exemplares, dignas de respeito. Essas áreas são enormes, maiores do que a maioria das cidades no mundo. E eis que um de seus moradores está fazendo um trabalho fantástico para desmistificar (ou seria valorizar?) o fato de São Paulo ser sim muito linda! Uma das cidades mais belas e diversas do mundo. O 'nome' dele é Tchello, do forum SkyscraperCity. Suas fotos são simples, exatamente como de um turista. Mas revelam uma São Paulo que, muitos paulistanos mesmos, não conhecem.

Pra você que acha que São Paulo não tem bairros parecidos com cidades do interior, com tranquilidade... se surpreenda! Se acha que São Paulo é suja, feia... veja que é lima e organizada! Se acha que a cidade é mal cuidada... simplesmente não é! Se acha que São Paulo são apenas edifícios velhos e caindo aos pedaços... está redondamente enganado! Aproveite e conheça São Paulo, veja como a cidade tem a oferecer e como ela é bela nos mais variados sentidos.

Eis a LINDA Cidade de São Paulo em fotos (se prepara, são mais de mil fotos):

O maravilhoso bairro do Jardim América em São Paulo!

São Paulo no que tem de melhor: ser cosmopolita. Bem vindos ao Bom Retiro!

Coleção Bairros de São Paulo: Campos Eliseos

A beleza oculta da região da Sé!

A agradável periferia da zona sul: Interlagos!

O bairro boêmio underground paulistano: Consolação!

Chácara Klabin: um maravilhoso bairro paulistano de classe média sem holofotes!

O badaladíssimo bairro de Moema!

O tão falado Morumbi!

O emergente Jardim Anália Franco!

Higienópolis-São Paulo: tradicionalmente Chic!

A agradável surpresa da zona leste: Penha!

Surpreenda-se com o Butantã!

Bela Vista/Bixiga: um dos mais tradicionais bairros de São Paulo!

Pompéia - Simplesmente adorável!

Reduto operário da Mooca.

Coleção Bairros de São Paulo - Brás/Pari

O coração da Zona Norte: Santana!

Outro agradável bairro da periferia da zona sul: Saúde!

Tem muito mais de onde esses vieram. Visitem: http://www.skyscrapercity.com/forumdisplay.php?f=1119

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Marketing Ateu Sobrevive

A inglesa Ariane Sherine, 28, estava indo para o trabalho quando viu uma propaganda colada num ônibus de Londres. Era uma citação da Bíblia, acompanhada por um endereço na internet. Ao acessar o site, ela tomou um susto: a página, que pertencia a uma igreja evangélica, dizia que quem não for cristão e não aceitar Jesus será condenado a passar a eternidade nas chamas do inferno. "Peraí. Então quer dizer que 68% da população mundial vai para o inferno? Eu não pude acreditar que esse tipo de idéia estava sendo difundida em pleno século 21, para assustar as pessoas", diz Ariane. Indignada, ela procurou o governo inglês para reclamar da propaganda, mas não adiantou nada. Hora de agir. Com a ajuda dos internautas, ela arrecadou dinheiro para montar uma megacampanha publicitária defendendo o ateísmo e desenvolveu slogans como "Deus provavelmente não existe. Pare de se preocupar e aproveite a vida", que foram colocados em 800 ônibus de Londres. Como seria de se esperar, a campanha foi criticada por religiosos, e o blog de Ariane (arianesherine.blogspot.com) recebeu centenas de comentários desaforados. Houve até um motorista que se recusou a dirigir o que chamou de "ônibus pagão". Mas ela continuou com tudo: recebeu o apoio de Richard Dawkins, um dos maiores cientistas do mundo e ateu praticante, e recolheu R$ 500 mil para colocar 1000 cartazes no metrô de Londres. E a idéia se espalhou pelo mundo: ateus de EUA, França, Itália, Espanha e Austrália resolveram fazer suas próprias campanhas contra Deus e a religião (veja na foto).

Ariane, que é jornalista da BBC, diz que seu objetivo não é atacar as religiões, pois a campanha é só uma maneira bem-humorada de tranquilizar os ateus. "Espero que as mensagens alegrem as pessoas quando elas estiverem indo para o trabalho".

A coisa, na verdade, é muito maior que isso. Primeiro, créditos merecidos para o autor do texto, Marcos R. Santos, da revista Superinteressante e também para o autor do infográfico que não pude encontrar os créditos na revista.

Essa campanha é exemplo, uma vez que em nenhuma das mensagens mostradas existe um ataque deliberado contra religiões. É apenas um contra-ponto de tantas campanhas religiosas que se vê no dia-a-dia. Não existe mal algum nisso e, qualquer religioso ignorante que seja contra, mostrará apenas que não sabe conviver com quem pensa diferente dele. O Estado deveria ser laico, mas todos sabemos que não é. A propaganda também deveria ser laica, mas como foi mostrado no texto, nada podia ser feito judicialmente contra, então também não é. Não sendo laica, não existe razão para protestarem contra propagandas dessa forma. Afinal, é um direito acreditar ou não. Então, que seja um direito divulgar os que acreditam e os que não acreditam. Funciona simples assim.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Fábrica de Idéias da Google



O documentário que passou no último domingo (dia 12/04/09) na GNT, após o Manhattan Connection, Google: Uma Fábrica de Idéias (Google: The Thinking Factory) é realmente interessante. Primeiro, porque mostra como um site simples de busca de Internet nascido no final da década de 90 se tornou uma das maiores empresas do mundo e com um dos mais acelerados crescimento da história. Segundo, porque isso é irrelevante do ponto de vista sobre o que realmente aborda o documentário.
Quer dizer, é óbvio que o documentário é mais um a tirar uma casquinha do Google e mostrar como eles dominam a informação, tendo (possivelmente) um banco de dados jamais visto sobre muita gente através de seus serviços. Agora, isso é tão clichê e banal de se falar que fica até chato. Como se já não houvesse empresas assim antes do surgimento do Google e também, carregado de hipocrisia, como se a humanidade realmente se importasse com isso. O lado mais legal do documentário é a forma como o Google trata seus funcionários. Aliás, é complicado chamá-los de funcionários. Fica mais legal ('cool') chamá-los de parceiros contratados. Também é óbvio que, muito do que se mostra é o lado bom de trabalhar na empresa mais importante atualmente no mundo. Ninguém nunca mostra o lado ruim dos trabalhos. Porém, o "lado bom" realmente é um exemplo a ser seguido.

Trabalhar em grandes empresas, com orçamentos enormes é sufocante, estressante, quase sub-humano. A pressão é tão grande quanto a própria empresa, a busca por resultados tem que ser uma coisa frenética e sem paradas. Ok, tudo isso é verdade, por mais que não funcione na maioria dos casos. Mesmo assim, tratar um funcionário como ser humano minimamente parece não ser o forte de grande conglomerados, as chamadas corporações. No entanto, o Google (assim como algumas empresas mundo afora) parecem mostrar que o caminho pode ser outro. Novamente, é evidente que não é algo 100% "stress free". Mesmo assim, é uma tentativa de tornar o trabalho algo bom novamente, que se torne prazeroso para o trabalhador, ao mesmo tempo com que faça ele ser produtivo. Não a toa, 9 em cada 10 pessoas (número chutados, mas bem possíveis) gostariam de trabalhar em uma empresa como o Google, ou qualquer outra que pense positivamente para com seus funcionários.

Muito mais do que buscar teorias da conspiração (que é até uma coisa legal de se fazer, às vezes) é buscar os bons exemplos que muitas das eleitas "eixo do mal" (como Google, Microsoft, Coca-Cola, McDonal's e etc) podem dar as empresas "exemplos" que se tem por aí. Fica aí uma dica para os empregadores. Não precisa ser algo monstruoso como o Google, mas um funcionário contente rende muito mais que um descontente. Tenha essa "estatística" em mente.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

The Edge, No Limite



Um dos filmes mais interessantes que vi nos últimos anos foi No Limite (The Edge, no original), com Anthony Hopkins (Charles Morse) e Alec Baldwin (Robert Green). Principalmente por escapar de clichês baratos e ser um filme extremamente sincero com o espectador, além da paisagem exuberante do Alaska em início de inverno.

Na verdade, o filme é até um pouco velhinho, mas como não veio sobrecarregado de marketing não chamou a atenção de ninguém para ir vê-los nos cinemas (sabe-se lá se realmente veio para os cinemas daqui do Brasil). Mesmo assim, interessante é como uma história simples consegue virar um grande filme, pelo menos pra mim. Grande no sentido de ter atuações verdadeiras e sem caricaturas exageradas. Hopkins faz o papel de um bilionário intelectual e que possui uma mulher maravilhosa, modelo... até aí, nada de muito especial que não pareça clichê considerando o mundo real (principalmente se ele fosse russo, seguindo a atual tendência). Mas, na verdade, Charlos Morse (nome do personagem de Hopkins) é muito mais que isso. Mesmo sabendo que estava sendo traído pelo fotógrafo de sua mulher e que ambos teriam um plano de matá-lo e ficar com sua grana, em momento algum ele demonstra desespero ou insatisfação com a vida enfadonha. Na verdade, o tempo todo ele é pensativo e comedido, sempre racional. Uma tremenda virtude e hombridade nos dias estressantes dos tempos atuais. Gesto de um real cavalheiro que Hopkins parece ser.

Já Robert Green, personagem do também ótimo ator Alec Baldwin (quantos Baldwin's existem em Hollywood?), é um sujeito que se mostra frio e calculista no início do filme, mas que tem também atitudes muito diferentes ao longo dos 117 minutos desse. Como já disse, ele e a sua modelo, esposa de Charles, planejam ficar juntos e roubar o dinheiro do velho bilionário, matando-o e ficando com a herança. Porém, o avião em que ambos, Charles e Robert, cai no meio das montanhas do Alaska e eles passam a lutar agora pela sobrevivência em local inóspito. Não lutar um contra o outro, mas cooperando. Além deles, outro personagem se encontra na mesma situação, Stephen (Harold Perrineau Jr., o eterno Michael do LOST e o Link, piloto da nave de Matrix). Nessa situação, as complicações naturais e humanas (do confronto psicológico entre eles) fica à prova. E, ainda, para ajudar, há um urso caçando-os impiedosamente, fazendo que qualquer comida possa atrair o olfato do animal, além da impossibilidade de fazer fogueiras para se aquecer, podendo ter o mesmo problema. Nesse ambiente conturbado é que as coisas acontecem.

Por isso, com tantas perspectivas e com ótimas atuações, gestos nobres e falhas humanas entre todos os personagens, é que o filme se destaca. O final não é dos brilhantes, mas extremamente digno e deixando Hopkins sobre o altar que ele merece. E tudo com uma fotografia maravilhosa de um dos lugares mais fantásticos do planeta.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Por que o Baseball não vai no Brasil 1/2



O Brasil, particularmente, é um país curioso. E um dos aspectos mais intrigantes envolve o esporte. Afinal, somos conhecidos como "o país do futebol", mas não somos de verdade. Vários fatores apontam pra isso, como o público nos estádios, o share da televisão, a audiência em si, os costumes, etc. Jornalistas como Juca Kfouri já mostraram, por mais de uma vez, que essa afirmação pode ser feita para a Inglaterra, não só por ter criado o esporte, mas por ser realmente o local onde se vive ele mais intensamente. Mas, se não somos o país do futebol, somos o país de qual esporte? A resposta: nenhum!

O Brasil é uma potência (palavra que enche de moral) na América do Sul, esportivamente falando. Mas, e daí? Comparando tamanho territorial, população, diversidade geográfica e economia, é no mínimo obrigação. Apenas esportes de inverno não temos obrigação alguma de ser potência por aqui, ficando atrás dos países que possuem a Cordilheira dos Andes em seu território. Mesmo assim, temos representantes lá no Chile, nossa "casa". Então, poderíamos ser o país do tênis, com estrelas como Gustavo Kuerten e, principalmente, Maria Ester Bueno? Também não. Foram grandes estrelas de suas épocas, figuras lendárias do esporte, mas isso não serviu para massificar o tênis por aqui, principalmente na era Guga. Pois bem, podemos ser então o país do vôlei! Afinal, tivemos até recentemente a Seleção Masculina mais vencedora da história, em um período de ouro, literalmente, pelas conquistas em Olimpíadas e Ligas Mundiais, certo? Bom, nem tão certo assim. É verdade que o Brasil é um dos maiores do vôleibol, revela jogadores como poucos, tem até uma liga interna de qualidade. Mas... a nossa liga de vôlei sequer passa em canal aberto, sendo que a maior do mundo é a italiana. Nossa seleção perdeu o posto de melhor do mundo para os EUA, país que sequer tem uma liga profissional do esporte. E, honestamente, os jogadores de vôlei fazem frente para estrelas do futebol ou mesmo de novelas e música por aqui? Então, também não somos o país do vôlei.

Então somos do iatismo, com Robert Scheidt? Bom, nem perto disso. Seríamos do judô, da natação, da ginástica artística, da Formula 1 (que é sim esporte)? Nada. Até temos grandes nomes nesses esportes, mas há outros países com mais bagagem. Então, não somos o país de esporte algum. Nos resta o futebol, que podemos alegar que temos mais títulos que outros países em Copas do Mundo. Mas, no tempo em que éramos apenas tri, como a Itália, também não nos considerávamos da mesma forma? Será por causa do Pelé? Definitivamente, é algo que não dá pra explicar ou entender. É como paixão clubística.

Por que o Baseball não vai no Brasil 2/2



Não somos o país de esporte algum, mas somos o país de vários esportes. Não somos o maior (no sentido literal da palavra) em nenhum deles, não de forma avassaladora (como é os EUA no basquete, por exemplo). Nem do futebol. Porém, temos potencial, temos espaço geográfico diversificado, temos um clima que favorece... e vem a pergunta (mais uma): se temos tantos esportes com certo destaque, mesmo não sendo os melhores, por que não o baseball? Sim, o beisebol - como é escrito por aqui. É um esporte que poderia facilmente se encaixar no país como fez o futebol e por razões simples.

Também é um esporte de "massa". É um jogo simples, que qualquer garoto pode praticar, mesmo com material improvisado (uma bolinha e um bastão de madeira). As regras, para quem as não conhece, parecem complicadas do início, mas não são. E, apesar da grande liga estar num país rico como os EUA, o esporte é ultra popular em países pobres, como Venezuela, Colombia, México e praticamente toda América Central e Caribe. Também é popular em algumas regiões da Europa, mas principalmente na Ásia, especialmente no Japão e Coréia do Sul. Exatamente como o futebol. Então, esse sim seria um ótimo esporte perfeito para massificar no país. Não para sermos a "Nação do Beisebol", afinal não somos de esporte algum, mas para termos mais um esporte no país. Porém, não temos sequer uma liga semi-profissional como temos no vôlei, no basquete, no handebol, no futsal, no vôlei de praia... por quê?

Atualmente, o Baseball é praticado com mais afinco pelos descendentes de japoneses e coreanos. Aliás, sempre foi por aqui. Principalmente em colônias japonesas espalhadas pelo Brasil, mas concentrada em maior número na Grande São Paulo, interior do estado e norte do Paraná. Há também colônias no estado do Rio de Janeiro, no nordeste e na Amazônia, essas em menor número. Tanto que as "capitais" do esporte no país são São Paulo e Londrina. No interior de São Paulo há um centro de treinamento moderníssimo construído pela empresa Yakult, na cidade de Ibiúna. E há vários campeonatos amadores interessantes no país, como os campeonatos paulista, paranaense e gaúcho. Tudo feito com muito esforço e dedicação de quem ama o esporte. Mas deveria ser muito melhor.

O grande problema do desenvolvimento do esporte no país parece ter uma explicação. E, infelizmente, ela não parece nem um pouco novidade. A ESPN Brasil fez um especial em seu programa "Histórias do Esporte" que mostra irregularidades na administração do esporte no país, inclusive com o centro de treinamentos da Yakult. Parece que há provas das irregularidades, porém é difícil tirar conclusões sem conhecer o assunto plenamente. Mas, como eu disse, não parece surpresa, visto que há esse tipo de acusação em praticamente todas as confederações esportivas no país. Infelizmente uma lástima. Pelo menos a princípio, não me parece difícil termos uma liga semi-amadora no país. Pelo menos uma de bom nível, que possa fazer o esporte atrair investimentos, crescer, chamar a atenção dos jovens para a prática. Depois, vou colocar uma "receita" utópica de como a coisa seria feita, de forma bem banal, mas nas melhores das intenções. Mas, que seria legal, ah isso seria!

terça-feira, 31 de março de 2009

O Mito da Caverna da Platão


Esse mito é bastante interessante porque nos faz pensar (filosofia, hã) sobre o inacreditável, a incoerência, o ver pra crer e até fé. Claro, tudo em situação diferente da ambientada, mas passível de reflexão da mesma forma. Segue:


Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para a frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.


A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.
Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.



Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna.


Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.
Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol, e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade. Libertado e conhecedor do mundo, o priosioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.



Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo.


fonte: Extraído do livro "Convite à Filosofia" de Marilena Chaui.

O Mundo Sem Nós


O que aconteceria se toda a raça humana fosse varrida da Terra num piscar de olhos? Não através de uma bomba nuclear, um meteoro enorme ou alguma epidemia incontrolável. Simplesmente sumisse de uma hora para outra. Seria legal, certo? Bom, seria. O que seria chato mesmo é não ter a chance de ver como o mundo ficaria de verdade sem nós. Pois eis que um documentário (fictício, obviamente) fez esse interessante exercício de imaginação com ótimo efeitos visuais em CG. O nome do documentário é "The World Without Us" ("O Mundo sem Nós", em português). O responsável por isso é o americano Alan Weisman, responsável pelo livro homônimo e de várias outras publicações interessantes.

O principal ponto do filme é o fato de não haver uma explicação para o sumiço do homo sapiens. Até por não ser esse o objetivo. A intenção é mostrar como nós afetamos o curso natural do planeta com a nossa existência, e todas as consequências que ela traz para Terra e os outros animais e plantas.

Projetando as consequências a curto, médio e longo prazo, é interessante ver o que aconteceria se deixássemos de fazer a manutenção de edifícios, pontes e todas as outras estruturas humanas que estão no planeta. Dessa forma, locais como Manhattan, por exemplo, voltaria a ser um "Central Park estendido", com vários edifícios em ruína, plantas e animais por todos os lados, etc. Interessante é observas que as projeções não são baseadas em 'achismo'. São fatos relevantes, muitas vezes baseados em situações reais como em casas abandonadas a décadas. Muitas delas nós temos a real possibilidade de visualizar, como estradas mal cuidadas. No documentário, é mostrado como as ruas seriam tomadas por raízes nascendo nas fendas. As estruturas de edifícios e casas mais comuns, como os construídos hoje em dia, seriam minadas por fundações alagadas ou animais que corrompesse essas estruturas, seja de madeira ou concreto. Já outras, feitas de pedras mesmo (como igrejas) ou com forte estrutura, durariam mais tempo, porém não mais que alguns séculos, sofrendo com a atividade da natureza como chuva, vento, calor, frio, etc. Os animais também seriam parte importante dessa degradação. Aves usariam os arranha-céus que sobrassem para fazer seus ninhos no alto, enquanto animais selvagens que evitam contato direto com seres humanos ganhariam mais 'espaço' e novas fontes de alimentação, como ursos e raposas, o que faria aparecer um novo equilíbrio ecológico, bem diferente do atual. Em compensação, animais domésticos (com cães) e até outros nem tão domésticos assim, mas que dependem dos humanos para encontrar comida fácil, como ratos e baratas, surpreendentemente sofreriam, por não terem suas vidas adaptadas ao mundo sem nós.

Enfim, são incontáveis as cenas bem produzidas e explicadas. Realmente vale a pena, principalmente pra quem gosta de ficção científica, mas baseada em fatos concretos. Só uma curiosidade: na foto ao lado, está a cidade de Prypriat, na Ucrânia, já citada aqui (por coincidência).

segunda-feira, 30 de março de 2009

Citi Field dos Mets inaugurado


Sim, o New York Mets inaugurou o Citi Field antes do início da temporada da MLB. Como mostrado na foto, ele está atrás do Shea Stadium. Lá, a preocupação com estádios melhores e mais modernos passa por cima da tradição, em nome do conforto. Pena que aqui não se pensa assim... segue noíticia do New York Times sobre o estádio, por Joshua Robinson:

Na primeira e única vez que o New York Mets inaugurou um novo estádio, em 17 de abril de 1964, ainda havia operários terminando o serviço de pintura. E enquanto o Mets e o Pittsburgh Pirates se aqueciam no gramado para o jogo daquela tarde no Shea Stadium, ainda havia trabalhadores nivelando as partes de terra do campo.

Assim, passados 45 anos, na hora de inaugurar o Citi Field, os Mets decidiram que um ensaio completo não faria mal. O estádio será adotado formalmente pela equipe em um amistoso contra o Boston Red Sox na sexta-feira, antes do jogo oficial de abertura do campeonato, contra o San Diego Padres, em 13 de abril.

Mas a primeira partida de beisebol disputada no Citi Field aconteceu no domingo, opondo as universidades St. Johns e Georgetown. O público era formado por 22.397 torcedores que compareceram para uma primeira avaliação da nova casa dos Mets. O que encontraram, em meio ao nevoeiro da tarde nublada, foi um estádio aconchegante mas ainda em finalização de diversos aspectos.

Antes do jogo, era possível ouvir o ruído de serras elétricas em diversos pontos do estádio, e operários usando capacetes circulavam pelos corredores. As barracas de comida estavam abertas, mas com cardápios limitados; diversos dos painéis publicitários estavam desocupados; e as marcas de distância ainda não haviam sido pintadas nas cercas que delimitam o campo. Jeff Wilpon, o vice-presidente de operações dos Mets, estava fazendo uma inspeção completa de todas as instalações, em meio ao burburinho.

"Tudo está funcionando bem", disse Dave Howard, vice-presidente de operações de negócios dos Mets. "Diria que os pequenos defeitos encontrados aqui e ali são todos relativamente simples".
Os Mets venderam 30 mil ingressos, a US$ 5 cada, e distribuíram outros 12 mil, mas o clima feio manteve muitos torcedores em casa. Aqueles que compareceram começaram a desembarcar da linha sete do metrô às 10h, acompanhando placas que os conduziam da estação ao "Mets Baseball", e não mais ao "Shea Stadium". Eles pararam nos portões, fotografando o exterior inspirado no Ebbets Field, e logo começaram a passar pela praça frontal que homenageia Jackie Robinson.

Para Joseph Schmidt, 72 anos, que também assistiu à inauguração do Shea, em 1964, as lembranças de encher os bolsos de sanduíches e entrar como penetra no Ebbets Field, quando era menino, continuam vívidas.

"É maravilhoso que eles estejam honrando o passado dessa forma", ele disse, inclinando o pescoço para ler os dizeres perto do topo da praça comemorativa.

Embora trace suas origens ao Brooklyn Dodgers e ao Ebbets Field, os Mets não ignoraram os anos passados no Shea Stadium, do lado oposto da área de estacionamento do novo estádio. A silhueta de Manhattan que ficava por sobre o placar agora está posicionada sobre duas barracas de alimentos na posição central de acesso ao campo. A maçã gigante que saía de dentro de uma cartola sempre que um homem run era anotado também está presente, e existe uma nova maçã instalada em um buraco para lá da cerca da área central do campo.

Mas ela não apareceu no domingo quando Sean Lamont, de Georgetown, conseguiu o primeiro home run do Citi Field com uma rebatida em parábola na direção da arquibancada esquerda.
"Enquanto eu corria pelas bases, comecei a rir", disse Lamont depois do jogo. "Foi genial".
Ainda que a bola tenha percorrido mais de 100 metros e passado por sobre a cerca, o consenso aqui era o de que o Citi Field provavelmente ganharia fama como estádio favorável aos arremessadores. Nos poucos momentos de que precisou para fazer o primeiro arremesso cerimonial da partida, John Franco, antigo rebatedor do Mets, já percebeu que o novo estádio era grande. Da home base, o campo esquerdo se estende por 115 metros, e o direito por 116 metros.

"As dimensões são todas semelhantes às do Shea Stadium, mas dado o fato de que as muralhas são um pouco mais altas no campo esquerdo, algumas das bolas que poderiam ser home runs não o serão", disse Franco.

A cena para além do campo era de movimento permanente, enquanto os torcedores se espalhavam pelos corredores largos que se tornaram obrigatórios nos novos estádios de beisebol. A partida universitária não interessava a maioria deles, que apareceram usando as cores dos Mets e armados de câmeras. Quase todos passaram uma tarde nublada mas feliz explorando as barracas de comida, os melhores locais para assistir ao jogo e tudo mais que o Citi Field tem a oferecer.

"Você viu os banheiros aqui?", perguntou Jeff Gold, de Bellmore, que tem ingressos para toda a temporada. "São limpos, e são imensos. O estádio é de primeira classe".
A classificação "primeira classe" raramente foi usada para definir o Shea Stadium. E para Kevin Murphy, detetive em uma delegacia de polícia em Queens, isso facilitava deixar para trás o velho estádio azul.

"É um novo começo", ele declarou. "Muita coisa muito ruim aconteceu por lá". [Tradução do site Terra].

I.O.U.S.A.

Ontem, no canal GNT, logo após o (excelente) Manhattan Connection, foi exibido o documentário estadunidense I.O.U.S.A.; Esse documentário aborda o tema político mais importante nos EUA no momento, a estratosférica dívida pública. Realmente interessante para saber como o "país mais rico do mundo" (em palavras de uma das pessoas apresentadas no filme) entrou em uma crise que, parece, pode fazer o sistema financeiro do país entrar em colapso (talvez, não para um futuro tão próximo).

Como eu já disse aqui algumas vezes, os EUA são o país mais ombudsman do mundo. E esse documentário prova que isso é verdade. A lavação de roupa suja de forma pública, em um video que pode ser visto no mundo todo, mostra o quão a situação é grave. O diretor Patrick Creadon conseguiu sintetizar bem em pouco mais de 1 hora de video como a situação chegou ao ponto que está hoje - praticamente sufocante.

O documentário é divido em quatro capítulos. No primeiro, mostra o Budget Deficit, a forma como sempre fora administrada a economia americana, desde sua independência (e como a dívida foi aumentando). Em um infográfico bem interessante, fica claro a tremenda montanha russa que esse déficit sofreu ao longo dos anos. Sua acentuação em tempos de guerras e grandes crises (como a da década de 30 que não poderia passar batida em um documento como esse). Interessante como é mostrado a opinião de algumas pessoas a respeito, coisa bem tradicional em um documentário. Na verdade, entenda-se "opinião" como desconhecimento. Não que isso seja exclusividade americana, em todos os países a população desconhece como as dívidas públicas são geradas. Pequenos grupos de corajosos tentam alertar sobre o que realmente importa na vida das pessoas, um deles mostrado durante o documentário, quando alguns jovens tentam (em vão) alertar as pessoas frente a uma faculdade. Claro que poucos sequer se interessam de verdade. Aliás, o documentário é, praticamente, baseado nisso. Um alerta para os rombos que a economia vem gerando devido o descaso do governo (como a impressão de dinheiro descontrolado, desvalorizando a moeda), a despreocupação da população e a falta de fiscalização. Para esse alerta, foram escalados Robert Bixby (diretor do Concord Coalition) e David Walker (U.S. Comptroller-General), ambos viajando pelo país para apresentar os números claustrofóbicos que a economia está se metendo, através de suas instituições. Já o segundo capítulo, foca o modo como os americanos (e o governo, por tabela) tem reagido na crise com relação as poupanças. O dinheiro "seguro" que, em tempos de crise, serve para amenizar os males. Ou a falta dele. Os 'savings' estão desaparecendo diante do consumismo sem precedentes da população americana em geral, inclusive com uma sátira com o ator Steve Martin, lembrando que se deve comprar "apenas aquilo que se pode pagar". Não que os americanos (e, convenhamos, todo o resto do globo) façam isso. O terceiro capítulo é onde o "Trade Deficit" é gerado. Não passa da balança comercial. O "arroz com feijão" de exportar pelo menos a mesma quantidade que importar para manter suas contas equilibradas. E, óbvio, isso também não foi feito. Apesar de ser um dos maiores exportadores do mundo, é nítido que os EUA são os maiores importadores. Inclusive, é mostrado como a sucata americana sai do país a preços baixíssimos e volta em forma de produtos caros industrializados (feitiço contra o feiticeiro), tornando o rombo cada vez maior.

E aí vem o quarto capítulo: hora de detonar o Mr. Bush filho. O "Leadership Deficits", tratado de forma justa como o pior de todos, pois é onde a coisa é gerada. A forma como o último governo estadunidense (de dois mandatos), usando guerras e corte de impostos como pretexto, quase dobrou a dívida americana que vinha desde sua independência, mas em apenas 8 anos. E como a coisa chegou ao patamar atual, com estouro da crise imobiliária e as consequências que serão pagas pelos filhos e netos dos que atualmente fazem isso (incluindo o povo americano). O "seguro social" pode entrar em colapso até 2040, quando o governo não conseguirá pagar mais a aposentadoria e suas contas. Claro que, no final, até em clima nostálgico, são mostradas as soluções simples de como melhorar a situação - afinal, essa é a intenção do documentário. Mas isso passa quase como um segundo plano diante das aberrações político/econômicas mostradas, que estouram sempre no social. É mais uma forma de se pensar como as coisas estão sendo feitas, servindo inclusive de espelho para o Brasil.