quinta-feira, 2 de abril de 2009

The Edge, No Limite



Um dos filmes mais interessantes que vi nos últimos anos foi No Limite (The Edge, no original), com Anthony Hopkins (Charles Morse) e Alec Baldwin (Robert Green). Principalmente por escapar de clichês baratos e ser um filme extremamente sincero com o espectador, além da paisagem exuberante do Alaska em início de inverno.

Na verdade, o filme é até um pouco velhinho, mas como não veio sobrecarregado de marketing não chamou a atenção de ninguém para ir vê-los nos cinemas (sabe-se lá se realmente veio para os cinemas daqui do Brasil). Mesmo assim, interessante é como uma história simples consegue virar um grande filme, pelo menos pra mim. Grande no sentido de ter atuações verdadeiras e sem caricaturas exageradas. Hopkins faz o papel de um bilionário intelectual e que possui uma mulher maravilhosa, modelo... até aí, nada de muito especial que não pareça clichê considerando o mundo real (principalmente se ele fosse russo, seguindo a atual tendência). Mas, na verdade, Charlos Morse (nome do personagem de Hopkins) é muito mais que isso. Mesmo sabendo que estava sendo traído pelo fotógrafo de sua mulher e que ambos teriam um plano de matá-lo e ficar com sua grana, em momento algum ele demonstra desespero ou insatisfação com a vida enfadonha. Na verdade, o tempo todo ele é pensativo e comedido, sempre racional. Uma tremenda virtude e hombridade nos dias estressantes dos tempos atuais. Gesto de um real cavalheiro que Hopkins parece ser.

Já Robert Green, personagem do também ótimo ator Alec Baldwin (quantos Baldwin's existem em Hollywood?), é um sujeito que se mostra frio e calculista no início do filme, mas que tem também atitudes muito diferentes ao longo dos 117 minutos desse. Como já disse, ele e a sua modelo, esposa de Charles, planejam ficar juntos e roubar o dinheiro do velho bilionário, matando-o e ficando com a herança. Porém, o avião em que ambos, Charles e Robert, cai no meio das montanhas do Alaska e eles passam a lutar agora pela sobrevivência em local inóspito. Não lutar um contra o outro, mas cooperando. Além deles, outro personagem se encontra na mesma situação, Stephen (Harold Perrineau Jr., o eterno Michael do LOST e o Link, piloto da nave de Matrix). Nessa situação, as complicações naturais e humanas (do confronto psicológico entre eles) fica à prova. E, ainda, para ajudar, há um urso caçando-os impiedosamente, fazendo que qualquer comida possa atrair o olfato do animal, além da impossibilidade de fazer fogueiras para se aquecer, podendo ter o mesmo problema. Nesse ambiente conturbado é que as coisas acontecem.

Por isso, com tantas perspectivas e com ótimas atuações, gestos nobres e falhas humanas entre todos os personagens, é que o filme se destaca. O final não é dos brilhantes, mas extremamente digno e deixando Hopkins sobre o altar que ele merece. E tudo com uma fotografia maravilhosa de um dos lugares mais fantásticos do planeta.

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