• Street Fighter

    O melhor e mais icônico jogo de luta de todos os tempos.

  • Cidade de São Paulo

    Fotos mostrando todo o esplendor da maior cidade do Brasil.

  • Astronomia

    A ciência que nos revela o quão pequenos nós somos.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Onde estão os jogos de Volei?

Jogos de videogame sobre esportes são clássicos. Quem não se lembra dos dois quadradinhos de cada lado da tela rebatendo um pontinho em uma espécie de 'ping-pong' pré-histórico dos games? Com o avanço dos jogos ao longo do tempo, não poderiam deixar de vir novos jogos sobre os mais variados esportes. Os mais populares, futebol e futebol americano - populares na industria dos games, que fique bem claro.

As séries futebolísticas, apesar de já terem contado com trocentos títulos variados, principalmente nas gerações 16 e 32 BITS, acabou bi polarizando entre FIFA Soccer (o mais tradicional) e Winning Eleven (ou Pro Evolution Soccer), que roubou o mercado do FIFA anos atrás, mas ambos voltaram a ter uma briga dura na Next-Generation. O outro grande esporte virtual popular é o futebol americano (amém!) com a série da Eletronic Arts, Madden NFL. Já houveram vários outros jogos também de outras produtoras, mas nunca nenhum ameaçou a liderança do jogo com o nome de John Madden, lenda no esporte, tanto como técnico como comentarista (recentemente aposentado, infelizmente). Ainda falando em Eletronic Arts, a empresa ainda aposta sempre as fichas em seu jogo da NBA, o NBA Live. Mas aqui, assim como na guerra virtual do futebol da bola redonda, há outra força considerável, o NBA K (a letra "K" costuma representar os anos em que o jogo é lançado, ex: NBA 2k7 = NBA 2007). Há também o NBA Shotout, mas com menos sucesso. Mesmo assim, várias opções.

Ainda existem os outros esportes com boas quantidades e variedades de estilo de jogos, como os de Formula 1, de corridas de Turismo, de golfe (muito popular nos EUA), baseball (com os jogos da MLB), Hockey no gelo (os da NHL) e vários outros. Porém, um esporte muito popular, especialmente em Olimpíadas, é esquecido sempre: o volei!

O Volleyball, ou simplesmente volei, tem pouquíssimos títulos e, ainda assim, para gerações bem velhinhas, especialmente a geração 16-BIT. Obviamente que não conheço todos os títulos, mas fazendo uma busca rápida por sites de emuladores, encontra-se quase sempre apenas os títulos (ambos na foto) Volleyball Twin e Super Volley, o mais legalzinho, mas longe de ser um grande jogo. O primeiro tem um esquema de jogo meio falho, porém tem a "vantagem" de mostrar a quadra inteira. Já o segundo, é quase um game paródia do esporte, mostrando a quadra do nível do chão. Ou seja, você vê apenas o lado dos personagens, sem ver diretamente o chão. Porém, isso não impede ele de ser o jogo mais bem feito do esporte... quer dizer, o mais divertido.

Ambos pecam por serem simplistas (devido a tecnologia da época) e não terem nomes de jogadores reais. Aliás, são baseados apenas em Seleções nacionais. Como não ganharam versões modernizadas, acabaram ficando como ícones do esporte nos games. Talvez haja outros jogos, mas desconheço. Com certeza, uma das grandes dificuldades seria usar uma engine que chegasse o mais próximo do jogo de hoje em dia. Afinal, é um jogo que exigiria 12 personagens jogáveis praticamente ao mesmo tempo na tela (haja carregamento e pixels), sem contar torcida, técnicos, juízes que poderiam ser inclusos. Outro grande desafio seria com a velocidade. Ajustar a velocidade de esportes como futebol ou basquete são fáceis, agora o volei é muito dinânico, poderia transformar a tela num vai-e-vem descontrolável em caso de 'rali' (palavra estranha). E claro, a jogabilidade teria que ser super fácil para acompanhar a velocidade extrema que o jogo teria. Sinceramente, não parece impossível apostar num jogo assim, poderia ser sim bem decente. Mas o problema é outro...

O volei é muito popular, mas nem tanto. Se parar pra pensar, vários esportes tem jogos porque possuem ligas muito fortes nos EUA (NBA, NHL, MLB, NFL). O volei não possui sequer uma liga profissional por lá. Possui sim no Japão, outro grande produtor de jogos, mas estranhamente nem eles apostam em games assim. Talvez pela popularidade ociosa que o esporte possui. Ainda existem outras grandes ligas (não de baseball) ao redor do mundo, especialmente na Itália, Espanha, Russia e Brasil. Mas nenhum desses países tem mercado consumidor de jogos suficientes pra valer o trabalho sério de uma empresa em um título. Se houvesse o jogo, com certeza se basearia principalmente nas Seleções. Afinal, qual o grande clube de volei no mundo? Quando se pensa em futebol, milhares de clubes vem a mente. No Basquete, temos Boston Celtics, Chicago Bulls, Los Angeles Lakers. No Baseball, New York Yankees e Boston Red Sox. Mas no volei, nunca existiu uma liga com primazia sobre as outras. Talvez, isso afugente as empresas de games, já que basear a popularidade em um jogo de seleções apenas já era. Antigamente, os WE's eram apenas de seleções ou da liga japonesa (J-League), mas com o tempo, percebeu-se que apostar na paixão clubística rendia mais. Afinal, paixão por clubes é muito maior que por seleções nacionais.

Por essas e outras, fica difícil imaginar uma EA, uma Konami ou qualquer outra grande trabalhando em um jogo de volei. Quem sabe um dia, seria realmente interessante, até como alternativa. Mas, por enquanto, é só um saque fora.

domingo, 19 de abril de 2009

A Linda Cidade de São Paulo

Muitas vezes, influenciadas pela mídia em geral, criamos opiniões que (apenas nas nossas cabeças) se tornam 'verdades'. Não é bem assim. E, uma dessas opiniões clássicas que criamos falsamente é sobre as cidades brasileiras e mundiais em geral.

Aqui no Brasil temos certas "classificações" para nossas cidades, de acordo com as características que mais as marcam. Então, é fácil dizer que o Rio da Janeiro é a cidade maravilhosa, pelas suas belezas naturais. Salvador é a capital afro e alegre do país, com o maior carnaval de rua. Em geral, todas as capitais nordestinas tem uma característica semelhante a Salvador. No Norte, temos as cidades do povo hospitaleiro. E no sul, as capitais organizadas, do povo educado e politizado.

Não é que isso seja mentira. Muitas dessas características são verdades. O Rio tem belezas naturais mesmo, Salvador tem povo alegre e Curitiba é sim uma cidade bem organizada e de população culta, no geral. Mas, o que sobra para São Paulo? São Paulo fica com os piores "títulos generalizados" criados e adotados muitas vezes até por paulistanos. É a cidade feia, suja, cinza, do trabalho, do stress, do trânsito. São vários os apelidos pejorativos que muitos, principalmente na televisão, gostam de propagar contra a cidade. Também nem todos são mentiras. Há sim sujeira, poluição, trânsito, stress e tudo mais. Mas, por que nossa cidade não pode valorizar suas melhores características? Seria uma mentira chamar São Paulo de cidade LINDA?

Muitas pessoas acham que essa característica da cidade é uma heresia. Como pode São Paulo ser linda? Mas é! Tem todos os seus problemas, como todas as cidades tem, mas tem muitas e muitas áreas lindas, cosmopolitas, exemplares, dignas de respeito. Essas áreas são enormes, maiores do que a maioria das cidades no mundo. E eis que um de seus moradores está fazendo um trabalho fantástico para desmistificar (ou seria valorizar?) o fato de São Paulo ser sim muito linda! Uma das cidades mais belas e diversas do mundo. O 'nome' dele é Tchello, do forum SkyscraperCity. Suas fotos são simples, exatamente como de um turista. Mas revelam uma São Paulo que, muitos paulistanos mesmos, não conhecem.

Pra você que acha que São Paulo não tem bairros parecidos com cidades do interior, com tranquilidade... se surpreenda! Se acha que São Paulo é suja, feia... veja que é lima e organizada! Se acha que a cidade é mal cuidada... simplesmente não é! Se acha que São Paulo são apenas edifícios velhos e caindo aos pedaços... está redondamente enganado! Aproveite e conheça São Paulo, veja como a cidade tem a oferecer e como ela é bela nos mais variados sentidos.

Eis a LINDA Cidade de São Paulo em fotos (se prepara, são mais de mil fotos):

O maravilhoso bairro do Jardim América em São Paulo!

São Paulo no que tem de melhor: ser cosmopolita. Bem vindos ao Bom Retiro!

Coleção Bairros de São Paulo: Campos Eliseos

A beleza oculta da região da Sé!

A agradável periferia da zona sul: Interlagos!

O bairro boêmio underground paulistano: Consolação!

Chácara Klabin: um maravilhoso bairro paulistano de classe média sem holofotes!

O badaladíssimo bairro de Moema!

O tão falado Morumbi!

O emergente Jardim Anália Franco!

Higienópolis-São Paulo: tradicionalmente Chic!

A agradável surpresa da zona leste: Penha!

Surpreenda-se com o Butantã!

Bela Vista/Bixiga: um dos mais tradicionais bairros de São Paulo!

Pompéia - Simplesmente adorável!

Reduto operário da Mooca.

Coleção Bairros de São Paulo - Brás/Pari

O coração da Zona Norte: Santana!

Outro agradável bairro da periferia da zona sul: Saúde!

Tem muito mais de onde esses vieram. Visitem: http://www.skyscrapercity.com/forumdisplay.php?f=1119

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Marketing Ateu Sobrevive

A inglesa Ariane Sherine, 28, estava indo para o trabalho quando viu uma propaganda colada num ônibus de Londres. Era uma citação da Bíblia, acompanhada por um endereço na internet. Ao acessar o site, ela tomou um susto: a página, que pertencia a uma igreja evangélica, dizia que quem não for cristão e não aceitar Jesus será condenado a passar a eternidade nas chamas do inferno. "Peraí. Então quer dizer que 68% da população mundial vai para o inferno? Eu não pude acreditar que esse tipo de idéia estava sendo difundida em pleno século 21, para assustar as pessoas", diz Ariane. Indignada, ela procurou o governo inglês para reclamar da propaganda, mas não adiantou nada. Hora de agir. Com a ajuda dos internautas, ela arrecadou dinheiro para montar uma megacampanha publicitária defendendo o ateísmo e desenvolveu slogans como "Deus provavelmente não existe. Pare de se preocupar e aproveite a vida", que foram colocados em 800 ônibus de Londres. Como seria de se esperar, a campanha foi criticada por religiosos, e o blog de Ariane (arianesherine.blogspot.com) recebeu centenas de comentários desaforados. Houve até um motorista que se recusou a dirigir o que chamou de "ônibus pagão". Mas ela continuou com tudo: recebeu o apoio de Richard Dawkins, um dos maiores cientistas do mundo e ateu praticante, e recolheu R$ 500 mil para colocar 1000 cartazes no metrô de Londres. E a idéia se espalhou pelo mundo: ateus de EUA, França, Itália, Espanha e Austrália resolveram fazer suas próprias campanhas contra Deus e a religião (veja na foto).

Ariane, que é jornalista da BBC, diz que seu objetivo não é atacar as religiões, pois a campanha é só uma maneira bem-humorada de tranquilizar os ateus. "Espero que as mensagens alegrem as pessoas quando elas estiverem indo para o trabalho".

A coisa, na verdade, é muito maior que isso. Primeiro, créditos merecidos para o autor do texto, Marcos R. Santos, da revista Superinteressante e também para o autor do infográfico que não pude encontrar os créditos na revista.

Essa campanha é exemplo, uma vez que em nenhuma das mensagens mostradas existe um ataque deliberado contra religiões. É apenas um contra-ponto de tantas campanhas religiosas que se vê no dia-a-dia. Não existe mal algum nisso e, qualquer religioso ignorante que seja contra, mostrará apenas que não sabe conviver com quem pensa diferente dele. O Estado deveria ser laico, mas todos sabemos que não é. A propaganda também deveria ser laica, mas como foi mostrado no texto, nada podia ser feito judicialmente contra, então também não é. Não sendo laica, não existe razão para protestarem contra propagandas dessa forma. Afinal, é um direito acreditar ou não. Então, que seja um direito divulgar os que acreditam e os que não acreditam. Funciona simples assim.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Fábrica de Idéias da Google



O documentário que passou no último domingo (dia 12/04/09) na GNT, após o Manhattan Connection, Google: Uma Fábrica de Idéias (Google: The Thinking Factory) é realmente interessante. Primeiro, porque mostra como um site simples de busca de Internet nascido no final da década de 90 se tornou uma das maiores empresas do mundo e com um dos mais acelerados crescimento da história. Segundo, porque isso é irrelevante do ponto de vista sobre o que realmente aborda o documentário.
Quer dizer, é óbvio que o documentário é mais um a tirar uma casquinha do Google e mostrar como eles dominam a informação, tendo (possivelmente) um banco de dados jamais visto sobre muita gente através de seus serviços. Agora, isso é tão clichê e banal de se falar que fica até chato. Como se já não houvesse empresas assim antes do surgimento do Google e também, carregado de hipocrisia, como se a humanidade realmente se importasse com isso. O lado mais legal do documentário é a forma como o Google trata seus funcionários. Aliás, é complicado chamá-los de funcionários. Fica mais legal ('cool') chamá-los de parceiros contratados. Também é óbvio que, muito do que se mostra é o lado bom de trabalhar na empresa mais importante atualmente no mundo. Ninguém nunca mostra o lado ruim dos trabalhos. Porém, o "lado bom" realmente é um exemplo a ser seguido.

Trabalhar em grandes empresas, com orçamentos enormes é sufocante, estressante, quase sub-humano. A pressão é tão grande quanto a própria empresa, a busca por resultados tem que ser uma coisa frenética e sem paradas. Ok, tudo isso é verdade, por mais que não funcione na maioria dos casos. Mesmo assim, tratar um funcionário como ser humano minimamente parece não ser o forte de grande conglomerados, as chamadas corporações. No entanto, o Google (assim como algumas empresas mundo afora) parecem mostrar que o caminho pode ser outro. Novamente, é evidente que não é algo 100% "stress free". Mesmo assim, é uma tentativa de tornar o trabalho algo bom novamente, que se torne prazeroso para o trabalhador, ao mesmo tempo com que faça ele ser produtivo. Não a toa, 9 em cada 10 pessoas (número chutados, mas bem possíveis) gostariam de trabalhar em uma empresa como o Google, ou qualquer outra que pense positivamente para com seus funcionários.

Muito mais do que buscar teorias da conspiração (que é até uma coisa legal de se fazer, às vezes) é buscar os bons exemplos que muitas das eleitas "eixo do mal" (como Google, Microsoft, Coca-Cola, McDonal's e etc) podem dar as empresas "exemplos" que se tem por aí. Fica aí uma dica para os empregadores. Não precisa ser algo monstruoso como o Google, mas um funcionário contente rende muito mais que um descontente. Tenha essa "estatística" em mente.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

The Edge, No Limite



Um dos filmes mais interessantes que vi nos últimos anos foi No Limite (The Edge, no original), com Anthony Hopkins (Charles Morse) e Alec Baldwin (Robert Green). Principalmente por escapar de clichês baratos e ser um filme extremamente sincero com o espectador, além da paisagem exuberante do Alaska em início de inverno.

Na verdade, o filme é até um pouco velhinho, mas como não veio sobrecarregado de marketing não chamou a atenção de ninguém para ir vê-los nos cinemas (sabe-se lá se realmente veio para os cinemas daqui do Brasil). Mesmo assim, interessante é como uma história simples consegue virar um grande filme, pelo menos pra mim. Grande no sentido de ter atuações verdadeiras e sem caricaturas exageradas. Hopkins faz o papel de um bilionário intelectual e que possui uma mulher maravilhosa, modelo... até aí, nada de muito especial que não pareça clichê considerando o mundo real (principalmente se ele fosse russo, seguindo a atual tendência). Mas, na verdade, Charlos Morse (nome do personagem de Hopkins) é muito mais que isso. Mesmo sabendo que estava sendo traído pelo fotógrafo de sua mulher e que ambos teriam um plano de matá-lo e ficar com sua grana, em momento algum ele demonstra desespero ou insatisfação com a vida enfadonha. Na verdade, o tempo todo ele é pensativo e comedido, sempre racional. Uma tremenda virtude e hombridade nos dias estressantes dos tempos atuais. Gesto de um real cavalheiro que Hopkins parece ser.

Já Robert Green, personagem do também ótimo ator Alec Baldwin (quantos Baldwin's existem em Hollywood?), é um sujeito que se mostra frio e calculista no início do filme, mas que tem também atitudes muito diferentes ao longo dos 117 minutos desse. Como já disse, ele e a sua modelo, esposa de Charles, planejam ficar juntos e roubar o dinheiro do velho bilionário, matando-o e ficando com a herança. Porém, o avião em que ambos, Charles e Robert, cai no meio das montanhas do Alaska e eles passam a lutar agora pela sobrevivência em local inóspito. Não lutar um contra o outro, mas cooperando. Além deles, outro personagem se encontra na mesma situação, Stephen (Harold Perrineau Jr., o eterno Michael do LOST e o Link, piloto da nave de Matrix). Nessa situação, as complicações naturais e humanas (do confronto psicológico entre eles) fica à prova. E, ainda, para ajudar, há um urso caçando-os impiedosamente, fazendo que qualquer comida possa atrair o olfato do animal, além da impossibilidade de fazer fogueiras para se aquecer, podendo ter o mesmo problema. Nesse ambiente conturbado é que as coisas acontecem.

Por isso, com tantas perspectivas e com ótimas atuações, gestos nobres e falhas humanas entre todos os personagens, é que o filme se destaca. O final não é dos brilhantes, mas extremamente digno e deixando Hopkins sobre o altar que ele merece. E tudo com uma fotografia maravilhosa de um dos lugares mais fantásticos do planeta.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Por que o Baseball não vai no Brasil 1/2



O Brasil, particularmente, é um país curioso. E um dos aspectos mais intrigantes envolve o esporte. Afinal, somos conhecidos como "o país do futebol", mas não somos de verdade. Vários fatores apontam pra isso, como o público nos estádios, o share da televisão, a audiência em si, os costumes, etc. Jornalistas como Juca Kfouri já mostraram, por mais de uma vez, que essa afirmação pode ser feita para a Inglaterra, não só por ter criado o esporte, mas por ser realmente o local onde se vive ele mais intensamente. Mas, se não somos o país do futebol, somos o país de qual esporte? A resposta: nenhum!

O Brasil é uma potência (palavra que enche de moral) na América do Sul, esportivamente falando. Mas, e daí? Comparando tamanho territorial, população, diversidade geográfica e economia, é no mínimo obrigação. Apenas esportes de inverno não temos obrigação alguma de ser potência por aqui, ficando atrás dos países que possuem a Cordilheira dos Andes em seu território. Mesmo assim, temos representantes lá no Chile, nossa "casa". Então, poderíamos ser o país do tênis, com estrelas como Gustavo Kuerten e, principalmente, Maria Ester Bueno? Também não. Foram grandes estrelas de suas épocas, figuras lendárias do esporte, mas isso não serviu para massificar o tênis por aqui, principalmente na era Guga. Pois bem, podemos ser então o país do vôlei! Afinal, tivemos até recentemente a Seleção Masculina mais vencedora da história, em um período de ouro, literalmente, pelas conquistas em Olimpíadas e Ligas Mundiais, certo? Bom, nem tão certo assim. É verdade que o Brasil é um dos maiores do vôleibol, revela jogadores como poucos, tem até uma liga interna de qualidade. Mas... a nossa liga de vôlei sequer passa em canal aberto, sendo que a maior do mundo é a italiana. Nossa seleção perdeu o posto de melhor do mundo para os EUA, país que sequer tem uma liga profissional do esporte. E, honestamente, os jogadores de vôlei fazem frente para estrelas do futebol ou mesmo de novelas e música por aqui? Então, também não somos o país do vôlei.

Então somos do iatismo, com Robert Scheidt? Bom, nem perto disso. Seríamos do judô, da natação, da ginástica artística, da Formula 1 (que é sim esporte)? Nada. Até temos grandes nomes nesses esportes, mas há outros países com mais bagagem. Então, não somos o país de esporte algum. Nos resta o futebol, que podemos alegar que temos mais títulos que outros países em Copas do Mundo. Mas, no tempo em que éramos apenas tri, como a Itália, também não nos considerávamos da mesma forma? Será por causa do Pelé? Definitivamente, é algo que não dá pra explicar ou entender. É como paixão clubística.

Por que o Baseball não vai no Brasil 2/2



Não somos o país de esporte algum, mas somos o país de vários esportes. Não somos o maior (no sentido literal da palavra) em nenhum deles, não de forma avassaladora (como é os EUA no basquete, por exemplo). Nem do futebol. Porém, temos potencial, temos espaço geográfico diversificado, temos um clima que favorece... e vem a pergunta (mais uma): se temos tantos esportes com certo destaque, mesmo não sendo os melhores, por que não o baseball? Sim, o beisebol - como é escrito por aqui. É um esporte que poderia facilmente se encaixar no país como fez o futebol e por razões simples.

Também é um esporte de "massa". É um jogo simples, que qualquer garoto pode praticar, mesmo com material improvisado (uma bolinha e um bastão de madeira). As regras, para quem as não conhece, parecem complicadas do início, mas não são. E, apesar da grande liga estar num país rico como os EUA, o esporte é ultra popular em países pobres, como Venezuela, Colombia, México e praticamente toda América Central e Caribe. Também é popular em algumas regiões da Europa, mas principalmente na Ásia, especialmente no Japão e Coréia do Sul. Exatamente como o futebol. Então, esse sim seria um ótimo esporte perfeito para massificar no país. Não para sermos a "Nação do Beisebol", afinal não somos de esporte algum, mas para termos mais um esporte no país. Porém, não temos sequer uma liga semi-profissional como temos no vôlei, no basquete, no handebol, no futsal, no vôlei de praia... por quê?

Atualmente, o Baseball é praticado com mais afinco pelos descendentes de japoneses e coreanos. Aliás, sempre foi por aqui. Principalmente em colônias japonesas espalhadas pelo Brasil, mas concentrada em maior número na Grande São Paulo, interior do estado e norte do Paraná. Há também colônias no estado do Rio de Janeiro, no nordeste e na Amazônia, essas em menor número. Tanto que as "capitais" do esporte no país são São Paulo e Londrina. No interior de São Paulo há um centro de treinamento moderníssimo construído pela empresa Yakult, na cidade de Ibiúna. E há vários campeonatos amadores interessantes no país, como os campeonatos paulista, paranaense e gaúcho. Tudo feito com muito esforço e dedicação de quem ama o esporte. Mas deveria ser muito melhor.

O grande problema do desenvolvimento do esporte no país parece ter uma explicação. E, infelizmente, ela não parece nem um pouco novidade. A ESPN Brasil fez um especial em seu programa "Histórias do Esporte" que mostra irregularidades na administração do esporte no país, inclusive com o centro de treinamentos da Yakult. Parece que há provas das irregularidades, porém é difícil tirar conclusões sem conhecer o assunto plenamente. Mas, como eu disse, não parece surpresa, visto que há esse tipo de acusação em praticamente todas as confederações esportivas no país. Infelizmente uma lástima. Pelo menos a princípio, não me parece difícil termos uma liga semi-amadora no país. Pelo menos uma de bom nível, que possa fazer o esporte atrair investimentos, crescer, chamar a atenção dos jovens para a prática. Depois, vou colocar uma "receita" utópica de como a coisa seria feita, de forma bem banal, mas nas melhores das intenções. Mas, que seria legal, ah isso seria!